Petróleo amortece queda e fecha distante das mínimas após despencar quase 5%
O petróleo fechou em baixa de menos de 1% nesta quarta (22) após uma recuperação nas últimas horas do dia. No começo da tarde, os contratos caíam quase 5% por conta do adiamento da reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e o forte aumento dos estoques da commodity nos Estados Unidos.
O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para janeiro recuou 0,86%, a US$ 77,10. Já o barril do Brent - referência global - também para janeiro teve queda de 0,59%, a US$ 81,96.
A principal causa para a forte queda dos contratos mais cedo foi o adiamento da reunião da Opep+, de 26 para 30 de novembro. O grupo não esclareceu os motivos da decisão, mas há relatos na imprensa internacional de que a Arábia Saudita, que atualmente comanda a Opep+, não está satisfeita com os níveis de produção de alguns outros países membros. Investidores especulam que os sauditas, junto dos russos, devem estender os cortes voluntários de oferta para 2024 caso o preço do petróleo siga pressionado.
“O fato de o preço ter despencado por causa disso sugere que o mercado acredita que pode não haver um acordo total sobre a escala dos cortes de produção para o próximo ano. O grupo conseguiu apertar o mercado com sucesso no último ano, o que levou os preços a subirem muito no processo, mas talvez a aliança não esteja tão unificada quando se trata de mantê-los funcionando”, diz Craig Erlam, analista sênior de mercados da Oanda.
Jorge de León, vice-presidente da Rystad Energy, concorda com a visão de Erlam e destaca que a reunião ministerial da Opep+ nunca havia sido adiada por quatro dias. “Nossa análise mostra que, sem mais cortes, os preços do petróleo permanecerão próximos a US$ 80 por barril no ano que vem”, diz ele.
Depois do baque com o adiamento da reunião da Opep+, o forte aumento dos estoques de petróleo nos EUA, de 8,7 milhões de barris, sugeriu uma demanda mais fraca pela commodity na principal economia global, o que ajudou a pressionar os contratos.
Gabriel Caldeira – Valor Econômico