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Refit vira alvo de operação intensiva da ANP


Folha de S.Paulo - 26 set 2025 - 10:15

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) iniciou às 10h deste quinta (25) uma ação de fiscalização na refinaria de Manguinhos, da Refit, no Rio de Janeiro. A operação, ainda em andamento, ocorre após a citação da Refit nas investigações que resultaram na megaoperação Carbono Oculto.

Consultada, a agência confirmou a ação, mas não forneceu detalhes. "Mais informações só poderão ser passadas ao final", disse.

Técnicos da ANP fazem uma "varredura" nas instalações da Refit e na composição dos combustíveis ali produzidos.

A companhia do empresário Ricardo Magro foi apontada na operação Carbono Oculto como a principal fornecedora da Rodopetro, empresa suspeita de ter centralizado o abastecimento de postos ligados ao PCC após a formuladora de combustíveis Copape e sua distribuidora Aster perderem a licença da ANP para operar em 2024.

Na época, Copape e Aster foram cassadas por envolvimento em esquema de fraudes fiscais e contábeis, mas ainda não havia conclusões nas investigações do Ministério Público de São Paulo sobre ligação com o PCC, algo revelado pela Carbono Oculto.

Segundo consta em relatório da megaoperação, depois de Copape e Aster serem cassadas, a Rodopetro elevou significativamente a compra de combustível refinado da Refit e passou a centralizar o abastecimento da rede de postos usadas para lavar dinheiro do PCC.

A investigação aponta que a Rodopetro tinha operação em um terminal de abastecimento da Refit, na zona norte do Rio de Janeiro, assim como outras distribuidoras.

A Refit afirma que não foi alvo da operação Carbono Oculto e não tem nenhuma relação com o crime organizado. Em entrevista à Folha, Ricardo Magro, dono da empresa, afirmou que controla a venda do combustível da Refit para que não seja destinado a organizações criminosas. Ele disse, inclusive, ter sido ameaçado por facções.

Consultada, a companhia disse que adota um programa de governança (compliance) ao longo da cadeia de distribuição de seu combustível para impedir que seus produtos sejam adulterados ou comercializados por estabelecimentos comandados por facções criminosas.

"Cabe ressaltar que a empresa sempre atuou de forma transparente, fornecendo regularmente informações à ANP sobre suas operações e cumprindo todas as normas que regem o setor, inclusive no processo de importação de matérias-primas", disse em nota.

"A Refit está sempre à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que julgarem necessários."

Stéfanie Rigamonti – Folha de S.Paulo