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Análise da semana 12 a 18.mai.07

BiodieselBR - 18 mai 2007 - 16:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Análise Semanal 18.mai.07

Olá Assinante.

O governo do Paraná anunciou nesta semana uma ação concreta para incentivar a produção de biodiesel. Será criado uma linha de financiamento através da Companhia de Energia Elétrica do Paraná- COPEL, com juros de 3% ao ano para a construção de pequenas usinas de biodiesel. Produtores rurais, grupos de produtores e cooperativas do estado podem se habilitar ao programa.

A construção de pequenas usinas por produtores rurais é o caminho para a redução de custos com combustíveis. Esta modalidade de produção evita a carga tributária sobre o biodiesel e proporciona ao produtor um aumento da renda através da transformação das oleaginosas em subprodutos de maior valor e diminuição das despesas com frete no transporte do combustível.

A produção de matérias-primas específicas para biodiesel no Paraná também deveria ganhar importância e apoio do governo, caso contrário o projeto pode ter problemas. O Paraná tem uma das melhores infraestrutura agrícola do Brasil e é o maior produtor de grãos, poderá produzir oleaginosas de inverno em boa parte de seu território como o girassol, o nabo forrageiro, a colza e o crambe sem comprometer a produção atual.

A iniciativa de colocar o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) a disposição dos interessados ajudará na redução de custos na implantação das usinas e também na produção de biodiesel com a qualidade exigida pela ANP.

Mas para que o projeto chegue à realidade não basta o governo disponibilizar linhas de financiamento, é preciso que os produtores busquem o financiamento, se habilitem com toda a documentação necessária, forneçam as garantias para a liberação dos recursos e construção da usina. Além disso, é preciso lembrar que a produção de biodiesel começa no campo, por isto a necessidade que órgãos de extensão rural como a Emater e outros órgãos estaduais sejam chamados a participar ativamente na orientação aos produtores e desenvolvimento de culturas alternativas para a produção de biodiesel.

A iniciativa do governo do Paraná de financiar pequenos projetos de usinas de biodiesel é um bom exemplo a ser seguido, pois integrou o apoio governamental a uma fonte de financiamento e a um instituto de tecnologia. Essas três forças aliadas a um órgão de extensão rural é tudo o que o Brasil precisa para fazer seu programa de biodiesel andar no ritmo desejado. O número de usinas aumentaria exponencialmente, evitando os problemas ocorridos no Mato Grosso, onde foram (e estão sendo) construídas pequenas usinas sem o devido apoio técnico, com recursos financeiros limitados, operando sem autorização da ANP e produzindo biodiesel de qualidade questionável.

Exportações Argentinas
A Argentina deverá tornar-se um grande exportador de biodiesel, caso se concretizem todos os projetos de usinas no país. As exportações deverão ocorrer em função do baixo preço do diesel argentino em relação ao óleo vegetal. O diesel mineral é vendido hoje na Argentina por cerca de R$ 1,25 o litro, preço não competitivo para o biodiesel. Por esse motivo o biodiesel na Argentina somente será usado na mistura obrigatória no diesel, no limite regulamentado pela lei (aprovada em abril), que será de 5% de biodiesel (B5) no diesel a partir de janeiro de 2010. Esta mistura exigirá 600 mil toneladas de biodiesel. Nesta data entra também em vigor a mistura de 5% de álcool na gasolina.

A argentina é o maior exportador mundial de óleo de soja, exportou no ano passado 6.080 mil toneladas de óleo. O consumo deste óleo no setor alimentício Argentino foi de 460 mil toneladas no ano de 2006 e como a produção de biodiesel prevista é muito maior que o consumo interno, haverá um excedente exportável. O destino do biodiesel argentino seguramente será a Europa por causa do preço. O diesel mineral nos postos europeus custa cerca de um euro o litro (R$ 2,65), mais que o dobro do preço dos postos argentinos.

Isenção chilena
O Chile anunciou nesta semana a isenção total de impostos sobre o biodiesel e o álcool. O Chile importa quase todo o combustível que consome, tem a melhor economia da América Latina e vem apresentando nas últimas décadas grandes aumentos de seu PIB. De meados da década de 80 até 1997 o PIB Chileno cresceu em média 7,2% ao ano, nos últimos anos este crescimento está em 3,5%, bem menor, mas condizente com uma economia madura, o país não precisa mais de choques de produtividade para impulsionar a economia. A isenção tributária aos biocombustíveis mostra a sensibilidade do governo e uma visão de futuro, mostrando que o país não anda na contra mão mundial no incentivo à produção e uso de biocombustíveis.

Óleo de soja
O óleo de soja bateu nesta semana o terceiro maior preço de sua história, desde que começou a ser negociado na bolsa de Chicago, em 1972. Em 1974 o óleo alcançou na bolsa de Chicago sua maior cotação de U$ 0,5100 por libra peso, o segundo preço mais alto foi no ano de 1984 quando chegou a U$ 0,4100 por libra peso e nesta semana sua cotação foi de U$ 0,3500 por libra peso. Os altos preços do óleo, que no Brasil é a principal matéria-prima para biodiesel, estão estreitando a margem de lucro dos usineiros, pois neste ano o óleo subiu mais de 15% enquanto o real valorizou-se somente 6% neste ano. A principal causa do aumento internacional do óleo de soja e de outros óleos vegetais é a crescente utilização para a produção de biodiesel associada à previsão de aumento dessa produção e conseqüente aumento no consumo de óleos. Outro fator que tem ajudado a elevar o preço do óleo é o excesso de oferta de farelo de soja no mercado, que está segurando o preço desta commodity baixo e obriga as esmagadoras a buscarem compensação do valor no óleo.

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