Primeira usina de biodiesel de Dourados começa a operar em junho

A primeira usina de produção de biodiesel do Mato Grosso do Sul deverá ser inaugurada em junho. Localizada no Distrito Industrial de Dourados, a Biocar está com suas instalações prontas, dependendo apenas do licenciamento ambiental a ser expedido pelo Instituto de Meio Ambiente do Estado (Imasul).

A indústria é considerada de pequeno porte, com uma produção de 30 mil litros diários do combustível. Isso equivaleria a 7,2 milhões de litros/ano. Quando a unidade da Brasil Ecodiesel estiver operando em Vila Vargas, a 22 quilômetros de Dourados, a produção estimada é de 120 milhões litros/ano.

Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, Ilton Ribeiro, a prefeitura vem acompanhado todo o processo de instalação da Biocar porque doou a área e concedeu incentivos fiscais. "A indústria, agora, depende apenas da licença do Imasul para começar a funcionar", afirmou.

Essa usina pioneira produzirá biodiesel a partir de graxa bovina, fornecida por frigoríficos, e do girassol, numa proporção de 50% na mistura. A proposta é estimular o plantio desta cultura por agricultores familiares e assentados.

Parado
Com relação à Brasil Ecodiesel, Ilton Ribeiro confirmou que a indústria ainda não saiu do projeto, devido ao licenciamento ambiental e à instalação de uma sub-estação da Enersul na área de seis hectares em Vila Vargas. O prazo contratual dado pela prefeitura para começar as obras é de 6 meses, que estará vencendo em junho. "A informação passada para nós é que esses problemas estão sendo resolvidos", disse o secretário.

A Brasil Ecodiesel terá capacidade para produzir em torno de 120 milhões de litros de biodiesel/ano, com investimento de R$ 33 milhões na construção da usina, que terá uma unidade de esmagamento para extração de óleo de soja, girassol e, provavelmente mamona, e setor para a produção de biodiesel. O consumo estimado será de 500.000 toneladas/ano de grãos.

Semana passada em São Paulo, a Brasil Ecodiesel, maior produtora do País de biodiesel, informou ter registrado prejuízo de R$ 500 mil no primeiro trimestre do ano, motivado pela baixa escala de produção das suas unidades, o que aumentou o seu custo operacional.

A empresa investiu R$ 47,7 milhões no período para expansão de capacidade. De janeiro a março, as vendas atingiram 27,7 milhões de litros de biodiesel, aumento de 100% em relação ao último trimestre do ano passado. A receita líquida foi de R$ 48,3 milhões, 102,2% maior do que a obtida no último trimestre do ano. Segundo comunicado da Brasil Ecodiesel, o prejuízo no primeiro trimestre se deveu à repactuação do cronograma de entregas de biodiesel nos contratos firmados com a Petrobras e a Refinaria Alberto Pasqualini, no sul do País, controlada pela Petrobras.

"Em fevereiro, após enfrentarmos novas dificuldades com a logística de retiradas de biodiesel de nossas unidades por parte de nossas contratantes, pactuamos um novo cronograma de entregas; em consequência disso nossas plantas não puderam operar a plena capacidade", explicou a empresa em um comunicado sexta-feira passada.

Cícero faria