Refinaria alvo de ações contra fraudes confronta interdição da ANP
A Refit questiona a interdição da Refinaria de Petróleo de Manguinhos S.A., localizada no Rio de Janeiro, e de sua propriedade. A estrutura foi impedida de operar no último dia 26 de setembro, durante uma operação da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em parceria com a Receita Federal. Desde então, os trabalhadores estão impedidos de entrar.
A proprietária da refinaria apresentou ao Metrópoles, nesta quinta-feira (23/10), dois laudos. Um deles produzido em 13 de outubro, de autoria do perito químico Ilidio Lazarieviez Antônio (CRQ 04262831-4ªRegião), e o segundo datado da última segunda-feira (20/10), elaborado por uma empresa independente, a AmSpec.
Os dois laudos sustentam que as cargas transportadas pelos navios Madelyn Grace e Oinoussian Star não possuem especificações técnicas compatíveis com gasolina automotiva. Portanto, diz a Refit, ficaria evidenciado que a declaração de importação não estava errada para burlar tributos. Esse foi um dos motivos que levaram à interdição da estrutura.
“A comparação dos resultados obtidos com as especificações técnicas apresentadas na Resolução ANP nº 807/2020 permite concluir que esses dois produtos (Condensados de Petróleo transportados pelos navios Oinoussian Star e Madeleine Grace) não podem ser caracterizados como gasolina, uma vez que não atendem todas as especificações requeridas por essa Resolução”, cita o laudo assinado por Ilidio Lazarieviez.
Na manifestação desta quinta, a Refit considera que não há justiticativa para a interrupção nas operações. “Diante dessas inconsistências, a Refit considera injustificável a medida adotada e reitera sua confiança nas instituições e na via judicial para restabelecer suas atividades”, diz trecho de nota da empresa enviada à reportagem.
A fiscalização
A fiscalização que levou à interdição pela ANP foi realizada nos dias 25 e 26 de setembro. À época, a agência disse que foram identificadas irregularidades como descumprimento de normas a respeito de armazenamento de combustíveis, suspeita de importação irregular de gasolina não especificada, utilização de tanques não autorizados pela ANP, entre outros problemas.
Deivid Souza – Metrópoles