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Grupo defende política coordenada de biocombustíveis para a América do Sul


BiodieselBR.com - 27 out 2022 - 13:03 - Última atualização em: 27 out 2022 - 17:15

A criação de uma política regional para a transição energética e os biocombustíveis que abarque toda a América do Sul é a meta de um grupo formado por 13 entidades ligadas aos setores de bioenergia, agronegócios e aviação que acaba de publicar um manifesto cobrando os governos dos países do continente. O documento foi lançado nessa quinta-feira (27) durante o webinário “Um firme compromisso com o biocombustível para a descarbonização global”.

O texto publicado alerta que a América do Sul é uma das regiões do globo que podem ser mais duramente afetadas pelas mudanças climáticas – de acordo com modelos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – afetando o bem-estar socioeconômico dos milhões de pessoas de vivem no continente. “Mitigar e se adaptar aos efeitos das mudanças climáticas dever ser uma prioridade”, defende o manifesto que aponta para a definição de “marcos regulatórios que garantam o avanço dos investimentos (...) e pesquisas” em biocombustíveis como uma solução imediata e de baixo custo de investimento para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEEs).

“É essencial que todos os governos [sul-americanos] promovam, de forma abrangente, a estratégia de transição energética pelo desenvolvimento dos bicombustíveis”, diz o texto. A região já conta com cadeias consolidadas de biocombustíveis e “recursos fundamentais” que podem fazer dela líder na produção de energia limpa e renovável. “Os biocombustíveis oferecem uma oportunidade para uma verdadeira transição energética, bem como para o desenvolvimento de coprodutos que encontram sua origem na agricultura e não na geologia, promovendo a descarbonização de forma integral e aumentando a independência energética da região”, prossegue.

Em sua intervenção durante o webnário, o presidente da Aprobio, Erasmo Battistella, ressaltou que os biocombustíveis não são apenas uma forma de energia para a transição energética, mas uma verdadeira solução para as mudanças climáticas. “Especialmente na América Latina que tem uma capacidade muito grande para produzir muita biomassa de baixo carbono e com respeito ao meio ambiente. Defendemos que precisamos aumentar tanto a produção quanto o consumo de biocombustíveis”, disse protestando contra a redução da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil de 14%.

Em nota à imprensa, o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, ressaltou que, embora os biocombustíveis sejam uma solução provada que existe há mais de meio século, tem havido demora em sua difusão. “A mobilização das entidades é um alerta sobre a necessidade de derrubarmos barreiras e construirmos regulamentações que permitam acelerar o processo [de expansão dos biocombustíveis]. Estamos perdendo tempo,” reclama.

Aceleração

Apesar desses pontos favoráveis, as entidades signatárias avaliam que, pela falta de políticas de transição energética, a América do Sul está ficando para trás dos Estados Unidos e dos países da União Europeia e cobram a definição de uma agenda regional clara com o estabelecimento de marcos regulatórios estáveis, planejamento de longo prazo para o setor energético e a criação de um plano regional de transição com financiamento e alinhamento político.

Para o grupo, a América Latina deveria se comprometer a ter uma matriz energética completamente limpa até 2050.

Assinam o documento:
- Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove)
- Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio)
- Alcoholes del Uruguay (Alur)
- Cámara de Biocombustibles de Argentina (Carbio)
- Cámara de la Industria Aceitera Argentina (Ciara)
- Cámara Bioetanol de Maiz
- Cámara Paraguaya de Biocombustibles y Energías Renovables (Biocap)
- Cámara Panamericana de Biocombustibles Avanzados (Capba)
- Centro Azucarero Argentino (CAA)
- Federación Nacional de Biocombustibles de Colombia (FedeBiocombustibles)
- International Air Transport Association (IATA)
- União Nacional do Etanol de Milho (Unem)
- União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica)

Uma cópia do manifesto pode ser acessada clicando aqui.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com