Petróleo encerra dia com alta de mais de 4%
O preço do petróleo fechou em alta de mais de 4% nesta terça-feira (17) com a possibilidade da entrada dos Estados Unidos na guerra entrada de Israel e Irã.
Por volta das 15h30 (horário de Brasília), os contratos mais líquidos do Brent, referência internacional de preços, avançavam 4,40%, a US$ 76,45 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Já o contrato do WTI, referência no mercado dos EUA, para julho subiu 4,28%, a US$ 74,84 o barril na New York Mercantil Exchange (Nymex), nos EUA.
O avanço da commodity reflete a maior preocupação dos mercados com a escala das tensões no Oriente Médio. Além de um dos maiores produtores de petróleo, o Irã também controla o estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 25% de toda produção global do produto.
Ou seja, um conflito na região atrapalha na oferta para os demais países.
Ontem à noite, o presidente dos Estados Unidos escreveu que o Irã deveria ter assinado o “acordo” que lhes foi dito para assinar e que o país não pode ter armas nucleares. No final da mensagem, Trump diz que todos devem evacuar Teerã, a capital iraniana, imediatamente.
Durante esta terça, Trump fez mais algumas postagens em sua rede social alegando saber onde o “líder supremo do Irã está escondido” e que ele era um alvo fácil, mas que não seria morto, pelo menos por enquanto.
Segundo informações da Reuters, os EUA teriam enviado aviões de combate para o Oriente Médio e ampliando o envio de outros aviões de guerra, reforçando as forças militares dos EUA na região, conforme a guerra entre Israel e Irã se acirra. No entanto, a Casa Branca não chegou a confirmar a informação.
Israel lançou sua guerra aérea, a maior já realizada contra o Irã, na sexta-feira (13), depois de dizer que concluiu que o Irã estava prestes a desenvolver uma arma nuclear.
O Irã nega a busca por armas nucleares e apontou seu direito à tecnologia nuclear para fins pacíficos, incluindo o enriquecimento, como parte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Além disso, a Agência Internacional de Energia (AIE) cortou suas projeções para o avanço da demanda global por petróleo tanto neste ano quanto no próximo.
Em relatório, a AIE reduziu sua previsão para o aumento da demanda em 2025 para 724 mil barris por dia, devido a resultados mais fracos dos EUA e da China, com expectativa de que o consumo médio atinja 103,8 milhões de bpd.
Acompanhando a alta do petróleo, a Petrobras subia durante o pregão com alta de 3,24% e 2,55%, respectivamente.
Barril pode superar US$ 100
Uma escalada mais ampla dos conflitos no Oriente Médio, com impactos diretos em rotas comerciais estratégicas e na infraestrutura regional de petróleo, pode fazer com que os preços do barril superem os US$ 100, segundo projeções mais pessimistas do Goldman Sachs.
O cenário extremo, segundo o banco, envolve uma possível paralisação do fluxo de navios pelo Estreito de Ormuz, rota estratégica que escoa cerca de 20% de toda a produção mundial de petróleo.
“Embora o bloqueio total do Estreito ainda seja improvável, o mercado não descarta a possibilidade de uma disrupção prolongada, o que poderia gerar uma disparada imediata dos preços para além de US$ 100 por barril”, destaca o relatório assinado por Daan Struyven e equipe de commodities do Goldman Sachs, divulgado na última sexta-feira (13).
Em um cenário ameno, o preço pode chegar a US$ 90 por barril.
Nas últimas semanas, o barril do Brent acumulou alta de 12%, atingindo US$ 74, em resposta ao aumento do prêmio de risco.
Juliana Caveiro – Money Times