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Cetene divulgará melhores oleaginosas para biodiesel no Nordeste


BiodieselBR.com - 06 set 2012 - 09:14 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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Há certa de três anos os pesquisadores do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) vêm quebrando a cabeça para identificar as melhores oleaginosas para as condições do Nordeste. Agora, segundo o coordenador de biocombustíveis da organização, o engenheiro químico James de Melo, estamos a poucas semanas de conhecer os resultados desse trabalho. 

“Na próxima segunda-feira vamos realizar uma reunião para falar sobre a publicação dos resultados que já temos”, animou-se em entrevista à BiodieselBR. O objetivo desse esforço todo é um só: dar o empurrão que falta para que a produção de biodiesel no Nordeste deslanche de vez.

Quando o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) foi lançado pelo governo federal no final de 2004, uma das premissas era que essa nova indústria fizesse uso intensivo de óleo de mamona produzido por agricultores familiares pobres do semiárido nordestino. O objetivo final era fazer do PNPB uma excelente ferramenta de distribuição de renda. O problema foi que o cultivo de mamona não deslanchou como esperado, como resultado, o biodiesel gravitou em direção à soja – única matéria-prima que tinha escala para atender a nova demanda.

Para tentar desatar esse nó, o Cetene mapeou um grupo de 80 espécies oleaginosas – tanto nativas quanto exóticas – menos conhecidas no Brasil e, depois de uma triagem inicial, começou a cultivar 13 delas em áreas de plantio experimental instaladas no estado de Pernambuco. Durante os últimos três anos o potencial destas oleaginosas vem sendo cuidadosamente testado. Algumas delas nunca haviam sido cultivadas de forma sistemática.

Desse grupo inicial, duas espécies acabaram descartadas pelos pesquisadores. Das 11 que restaram, Melo diz que pelo menos quatro são promissoras. Embora faça mistério sobre quais sejam as espécies, ele adianta que se tratam de palmáceas que apresentam bom rendimento de óleo. “Estamos dando prioridade para espécies perenes capazes de agregar bons rendimentos para os agricultores familiares tanto na produção de óleo quanto através das tortas”, diz. 

Futuro
Além da publicação dos resultados, ainda este ano a entidade deverá começar um programa de capacitação entre agricultores nordestinos com o objetivo de popularizar o cultivo das novas variedades.

Além disso, a entidade também vai ampliar sua rede de áreas de plantio experimental para outros estados do Nordeste. “A ideia é expandir para algo entre 10 e 15 áreas por diversos estados para ver como as espécies que estamos trabalhando se adequam em diferente microclimas aqui da região”.

E essa é apenas uma vertente do trabalho. Segundo Melo, os pesquisadores do centro também vem se desdobrando em pesquisas para o agregar mais valor na glicerina fabricada como coproduto do biodiesel, além de iniciar pesquisas sobre a produção de biocombustíveis para a área de aviação. “Já temos uma parceria com uma empresa para a instalação de uma unidade de fabricação de bioquerosene. Vamos ter uma turbina para fazer testes de bancada e em pequenos helicóptero nos quais vamos poder testar o combustíveis que produzirmos”, finaliza.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com