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Soja

Preços da soja e milho sobem em Chicago com queda do dólar


Globo Rural - 03 mai 2024 - 08:57

Em um momento pouco comum no mercado da soja nos últimos meses, os preços subiram de forma expressiva na bolsa de Chicago, impactados pela queda do dólar, que também pautou a alta do milho no mercado internacional. Sobre as cotações futuras da soja, os lotes com entrega para julho fecharam em alta de 2,46% nesta quinta-feira (02), para um valor de US$ 11,99.

A principal força para a valorização veio da queda do dólar, afirma Roberto Carlos Rafael, sócio-proprietário da Germinar Agronegócios. O recuo da moeda americana desestimula as exportações do Brasil e “joga a demanda para os EUA”, como explica o analista. Nesta quinta, o dólar fechou em queda de 1,53%, para R$ 5,11.

“Esse cenário de clima traz alguma preocupação, já que ainda restam 30% das áreas a serem colhidas no Estado. Os agentes têm especulado também a presença de chuvas nos EUA, que podem provocar lentidão no plantio. Mas não vejo motivo pra isso, já que as condições das lavouras são excelentes”, destaca.

A demanda por soja americana cresceu, mas aquém do esperado. O saldo líquido de vendas de soja pelos americanos (resultado de novos contratos e cancelamentos) da temporada 2023/24 somou 414 mil toneladas na semana encerrada em 25 de abril. Esse volume é 96% superior ao da semana anterior e 45% acima da média das últimas quatro semanas, informou hoje o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

O volume, porém, ficou abaixo das estimativas de analistas de mercado, que esperavam até 700 mil toneladas para o período.

Milho

O movimento do dólar também motivou uma alta nos valores do milho, que subiu também diante de condições adversas para áreas produtoras no Brasil. Os contratos para julho terminaram a sessão em alta de 0,83%, a US$ 4,5975 o bushel.

De acordo com Roberto Carlos Rafael, as condições atuais para a safrinha de milho no Brasil são um fator de valorização para o milho no cenário externo.

"Há uma preocupação com o clima em áreas do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, além de outras regiões do Centro-Oeste, onde os prognósticos apontam para um clima mais seco nos próximos dias", destaca o analista.

Na Argentina, a safra vem sofrendo impactos com o ataque das cigarrinhas. Diante disso, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu em 3 milhões de toneladas sua projeção para a safra 2023/24, que deverá ser de 46,5 milhões de toneladas.

Nos negócios do trigo em Chicago, os contratos para julho subiram 0,83%, para US$ 6,0425 o bushel.

O trigo segue com muita oscilação, enquanto agentes monitoram questões relacionadas com a guerra entre Rússia e Ucrânia. No momento, o conflito se concentra em Odessa, importante zona portuária ucraniana. O receio é que os embarques do cereal possam ser prejudicados.

Também está no radar dos agentes as condições de clima adversas na região sul da Rússia, maior exportador mundial de trigo.

Devido a esse quadro, algumas consultorias já estão revendo suas estimativas de produção para o trigo russo em 2024/25.

Paulo Santos – Globo Rural