[CBBR 2023] O biodiesel na transição para a economia verde
Demorou mais do que devia, mas o mundo parece estar – finalmente – encarando a necessidade de migrar sua economia de uma baseada nos combustíveis fósseis para uma matriz mais verde. O biodiesel certamente terá um papel importante no esforço que teremos que fazer para reduzir nosso vício secular em relação à energia suja.
Para deixar mais claro qual deverá ser o tamanho deste papel para o público que acompanhou a Conferência BiodieselBR 2023 foi a aberta pelo painel “O Papel do Biodiesel na Transição Brasileira para a Economia Verde” que teve como debatedores o presidente do Conselho da Aprobio, Francisco Turra, o presidente da FPBio, deputado Alceu Moreira, o presidente do Conselho Superior da Ubrabio, Juan Diego Ferres, e diretor da ANP, Fernando Moura Alves.
Decano
O painel foi aberto por Juan Diego, da Ubrabio. Um dos decanos do setor de biodiesel, o empresário topou o questionamento proposto por essa edição da CBBR 2023 de pensar os próximos 20 anos do setor de biodiesel e aponta que, nesse horizonte, seria possível ir muito mais longe do que o B15 que já está aprovado pelo CNPE ou mesmo do que o B20 que vem sendo pleiteado pelo setor. “É difícil de programar um horizonte tão longo, mas seria possível chegarmos entre um B30 e o B50”, afirma.
Não que isso seja algo banal. Diego admite que haverá dificuldades técnicas para avançar com a mistura até esse ponto, mas considera factível. “O dever de casa terá que ser feito. Inexoravelmente!”, defende ressaltando que esse é um dever que não compete apenas aos fabricantes. “O combustível tem que ser preservado em sua qualidade original até o motor do consumidor final]. Esse é um desafio que não é só da indústria, mas também das entidades que representam os outros setores da cadeia. Temos que começar a reconhecer os problemas de existem e tratar de resolvê-los”, adverte.