Perfil: Paulo Suarez
Reconhecido como um dos maiores especialistas em catálise do País, Paulo Suarez virou referência em pesquisas sobre biodiesel e é requisitado até pelo governo norte-americano
Dedicado à pesquisa de novos catalisadores para produção de biodiesel, Suarez é co-fundador do Laboratório de Materiais e Combustíveis (LMC), ligado ao Instituto de Química da UNB, e responsável por seis patentes. Em setembro, ele recebeu o prêmio Pesquisador em Catálise 2007, concedido a cada dois anos pela Sociedade Brasileira de Catálise. Entre os requisitos exigidos dos candidatos ao prêmio está o de ter título de doutor há pelo menos cinco anos e até 40 anos de idade. Suarez tem 37, e já conta com outro reconhecimento importante no currículo. Em 2004, ele venceu o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, patrocinado pela Unesco, na categoria “Jovem Pesquisador”.
O trabalho do engenheiro químico com catalisadores também chama a atenção internacionalmente. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, já o convidou três vezes para temporadas de pesquisas no Departamento de Agricultura. Suarez embarca para seu terceiro “intercâmbio” de três meses na próxima semana. “Eles têm interesse na minha pesquisa e me contrataram para ficar esse tempo lá”, explica o engenheiro químico, que ajuda os colegas americanos a melhorar a qualidade do biodiesel feito de óleo de soja. “A produção de soja deles é muito grande e eles têm muito dinheiro para resolver os gargalos tecnológicos do biodiesel de soja.”
Além disso, os estudos desenvolvidos no LMC são freqüentemente citados em publicações e congressos no exterior, nos quais Suarez costuma marcar presença. Atualmente três professores, 15 estudantes de pós-graduação e 20 alunos de iniciação científica trabalham no laboratório.
A equipe dedica-se também ao desenvolvimento de métodos mais simples e baratos para fazer análises de qualidade do biodiesel. Os catalisadores, porém, são as estrelas das bancadas. E Suarez explica por que. “Um dos gargalos do processo de produção do biodiesel é a limitação dos catalisadores tradicionais à qualidade do óleo de partida. A idéia é ter um catalisador que não dependa muito do óleo, o que encarece muito o processo.”
Os esforços da equipe do LMC concentram-se em grande parte na busca por um catalisador reutilizável. “Os catalisadores tradicionais não permitem isso. Se desenvolvermos um catalisador que possa ser recuperado, teremos não só uma vantagem econômica como também um processo ambientalmente mais correto.”
Para Suarez, os estudos em biodiesel no Brasil estão bastante avançados e estão à altura das pesquisas internacionais. “A nossa pesquisa em biodiesel é bastante compatível com a dos países europeus. A gente tem quantidade e qualidade”, elogia. No entanto, ele está preocupado com a situação do Brasil quando se trata de biocombustíveis de segunda e terceira geração, uma corrida na qual, segundo ele, o País está ficando na lanterninha. “Lá fora, as pesquisas em biodiesel, em transesterificação estão diminuindo, o pessoal já está partindo para coisas mais inovadoras”, observa. Suarez prevê para dez ou 15 anos o domínio de outros combustíveis alternativos, como os feitos a partir da biomassa, e que já são bastante estudadas por outros países. “Todo mundo está olhando para isso lá fora e a gente aqui ainda está bastante acanhando”, alerta. Não será surpresa, portanto, se Suarez – que já trocou o petróleo pelo biodiesel – passe, em breve, a se debruçar sobre as próximas gerações de biocombustíveis.
Raquel Marçal
BiodieselBR.com
Foto: Daiane Souza/UnB Agência
Prestígio além da fronteira nacional
Em 2001, quando se tornou professor da Universidade de Brasília (UNB), o engenheiro químico gaúcho Paulo Suarez, decidiu abandonar as pesquisas com petróleo – trabalho ao qual se dedicou ao longo dos anos 90, durante o mestrado e o doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Percebi que a vocação aqui do Centro-Oeste é o agronegócio e passei a me dedicar a combustíveis derivados de óleos vegetais”, diz Suarez, que é colunista do portal BiodieselBR.com desde 2006.Dedicado à pesquisa de novos catalisadores para produção de biodiesel, Suarez é co-fundador do Laboratório de Materiais e Combustíveis (LMC), ligado ao Instituto de Química da UNB, e responsável por seis patentes. Em setembro, ele recebeu o prêmio Pesquisador em Catálise 2007, concedido a cada dois anos pela Sociedade Brasileira de Catálise. Entre os requisitos exigidos dos candidatos ao prêmio está o de ter título de doutor há pelo menos cinco anos e até 40 anos de idade. Suarez tem 37, e já conta com outro reconhecimento importante no currículo. Em 2004, ele venceu o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, patrocinado pela Unesco, na categoria “Jovem Pesquisador”.
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Paulo Suarez (esq.) recebe de Francelino Grando o prêmio Mercosul de C&T, em 2005 |
Além disso, os estudos desenvolvidos no LMC são freqüentemente citados em publicações e congressos no exterior, nos quais Suarez costuma marcar presença. Atualmente três professores, 15 estudantes de pós-graduação e 20 alunos de iniciação científica trabalham no laboratório.
A equipe dedica-se também ao desenvolvimento de métodos mais simples e baratos para fazer análises de qualidade do biodiesel. Os catalisadores, porém, são as estrelas das bancadas. E Suarez explica por que. “Um dos gargalos do processo de produção do biodiesel é a limitação dos catalisadores tradicionais à qualidade do óleo de partida. A idéia é ter um catalisador que não dependa muito do óleo, o que encarece muito o processo.”
Os esforços da equipe do LMC concentram-se em grande parte na busca por um catalisador reutilizável. “Os catalisadores tradicionais não permitem isso. Se desenvolvermos um catalisador que possa ser recuperado, teremos não só uma vantagem econômica como também um processo ambientalmente mais correto.”
Para Suarez, os estudos em biodiesel no Brasil estão bastante avançados e estão à altura das pesquisas internacionais. “A nossa pesquisa em biodiesel é bastante compatível com a dos países europeus. A gente tem quantidade e qualidade”, elogia. No entanto, ele está preocupado com a situação do Brasil quando se trata de biocombustíveis de segunda e terceira geração, uma corrida na qual, segundo ele, o País está ficando na lanterninha. “Lá fora, as pesquisas em biodiesel, em transesterificação estão diminuindo, o pessoal já está partindo para coisas mais inovadoras”, observa. Suarez prevê para dez ou 15 anos o domínio de outros combustíveis alternativos, como os feitos a partir da biomassa, e que já são bastante estudadas por outros países. “Todo mundo está olhando para isso lá fora e a gente aqui ainda está bastante acanhando”, alerta. Não será surpresa, portanto, se Suarez – que já trocou o petróleo pelo biodiesel – passe, em breve, a se debruçar sobre as próximas gerações de biocombustíveis.
Raquel Marçal
BiodieselBR.com
Foto: Daiane Souza/UnB Agência