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Negócio

Por que biocombustíveis e bebidas foram os 'vilões' da agroindústria em julho


Globo Rural - 22 set 2025 - 10:23

 Em julho, a produção das agroindústrias brasileiras recuou mais uma vez, pressionada pelo fraco desempenho das indústrias de bebidas, alimentos de origem vegetal e biocombustíveis. O declínio ocorreu em poucos segmentos, mas o avanço dos demais foi insuficiente para impedir a queda.

O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), encerrou o mês de julho com queda de 1% em relação a julho do ano passado. Esse foi o segundo mês consecutivo de declínio do indicador, que havia caído 5% em junho.

Com a sequência de baixas, o indicador acumula queda de 0,6% neste ano. Para efeito de comparação, a indústria de transformação brasileira acumula expansão de 0,7% em 2025.

Ainda sem 'efeito Trump'

O FGV Agro ressaltou que o fraco desempenho da agroindústria em julho foi reflexo direto da contração decorrente dos cenário de juros elevados, que começou a se estabelecer em maio. Como os dados da edição mais recente do indicador são referentes a julho, eles ainda não são consequência do tarifaço que o presidente americano Donald Trump impôs ao Brasil. As tarifas adicionais sobre uma série de produtos do agro entraram em vigor em agosto.

A indústria de produtos alimentícios e bebidas cresceu 0,7% em julho. Nesse grupo estão dois dos três segmentos que se contraíram no mês: bebidas (-8,8%) e alimentos de origem vegetal (-0,6%). Segundo o FGV Agro, houve queda expressiva na produção das indústrias de moagem de café e de suco de laranja, mas, para os pesquisadores, isso não ocorreu devido ao anúncio do tarifaço, já que as quedas repetem um padrão que começou a se observar em maio.

Já o segmento de produtos de origem animal cresceu 4,3%, com aumento na produção de carnes e pescados. Em ambos os casos, os Estados Unidos são um dos maiores importadores.

A produção da indústria de produtos não-alimentícios caiu 2,8% no mês, mas por causa do recuo de um único segmento, o de biocombustíveis, que teve uma contração de 30,4%. O declínio deveu-se à diminuição da produção de etanol hidratado, o que ocorreu porque as usinas de cana-de-açúcar dado prioridade à fabricação de açúcar.

Outras indústrias de produtos não-alimentícios tiveram resultado positivo, como insumos agropecuários (15,3%) e fumo (13,8%), produtos têxteis (2,2%) e produtos florestais (2,1%).

Tags: Estudos Fgv PIB