Nova especificação do diesel pode liberar coprocessamento e pôr fim ao S500
O mercado brasileiro de óleo diesel está para sofrer uma das maiores mudanças de toda sua história. Na tarde dessa quinta-feira (28), a diretoria colegiada da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a abertura de uma consulta pública para novas especificações do óleo diesel de uso rodoviário. A regra atual – descrita na Resolução ANP 50/2013 – está em vigor há mais de 8 anos
Entre outras mudanças, a nova especificação pode abrir um atalho para que Petrobras consiga colocar no mercado seu diesel coprocessado, algo que vem tentando fazer já tem algum tempo. Segundo o diretor da ANP, Daniel Maia Vieira, que relatou a proposta durante a reunião de ontem, a medida contribui para o esforço de mitigação das emissões de gás carbônico. “A regulamentação do diesel coprocessado é uma demanda do mercado e pode ser um grande passo na linha produção em escala comercial com benefícios de redução de emissões”, disse em sua apresentação.
No ano passado, a petroleira tentou – sem sucesso – incluir seu produto dentro da especificação do diesel verde. O diesel coprocessado, no entanto, acabou sendo deixado de fora da redação final da Resolução ANP 842/2021.
De forma muito resumida, esse tipo de combustível é fabricado coprocessando uma parcela de óleo vegetal no processo de refino. Daí o nome. Isso gera um tipo de diesel que já sai das refinarias com um percentual renovável. Embora tenha desenvolvido a tecnologia de coprocessamento ainda em 2006, a Petrobras não via viabilidade financeira no produto.