S&P Global: biocombustível rodoviário atingirá teto até fim da década, aéreo decola
Desde que os biocombustíveis fizeram sua entrada no mercado mundial de energia, os transportes terrestres têm sido 'o' nicho de mercado para eles. Segundo estimativa da S&P Global Commodity Insights, dos 175 milhões de m³ consumidos mundo afora no ano passado, perto de 99% foram para movimentar veículos e equipamentos que circulam principalmente por rodovias. Mas isso está prestes a sofrer uma verdadeira guinada.
Um levantamento publicado pelo braço da S&P Global, que se dedica a acompanhar os mercados globais de energia e de commodities, aponta que, até o final desta década, a demanda anual por biocombustíveis nos transportes terrestres deve atingir o teto de 222,8 milhões de m³. Depois disso, o consumo deverá se estabilizar por outra década para, então, começar a perder força conforme outras opções de motorização – como veículos elétricos e/ou a hidrogênio – começarem a conquistar parcelas maiores de um mercado que hoje é dominado pelos combustíveis líquidos.
Isso não significa que esse mercado vai desaparecer. Os transportes terrestres ainda levarão a maior fatia da produção de usinas e biorrefinarias. Em 2050, o setor ainda demandará cerca de 199 milhões de m³ – aproximadamente 60% – frente a um total de quase 332 milhões de m³ que serão consumidos. Mas o protagonismo deverá passar para outros segmentos de mercado, especialmente o aéreo, que irá puxar a demanda.