[CBBR 2025] Combatendo fraudes

Há apenas algumas semanas, o país foi surpreendido pela Operação Carbono Oculto. A investigação comandada pela Receita Federal e pelo Ministério Público de São Paulo revelou níveis simplesmente alarmantes de infiltração do mercado de combustíveis pelo crime organizado – centenas de postos em vários estados e distribuidoras de combustíveis eram usados num esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Apesar do choque da revelação, a percepção de que a cadeia de combustíveis tem um problema com diversos tipos de esquemas ilegais é generalizado e, há tempos, causa incômodo entre os empresários sérios.

Para discutir sobre esse tema tão urgente, a organização da Conferência BiodieselBR 2025 realizou o painel “As fraudes no mercado de combustíveis e os meios de combate” que contou com as participações do vice-presidente de relações comerciais e institucionais do Grupo Potencial, Carlos Eduardo Hammerschmidt; o diretor da ANP, Daniel Maia Vieira; o presidente do Instituto Combustível Legal, Emerson Kapaz; e o delegado da polícia federal, Marcio Anselmo.

Trauma

Para o vice-presidente de relações comerciais e institucionais do Grupo Potencial, Carlos Eduardo Hammerschmidt, embora o setor de combustíveis tenha vivido um trauma ao ver seus problemas expostos tão publicamente, a Carbono Oculto só fez revelar situações que a “gente vive no nosso cotidiano”. “Para a gente que está há mais de 30 anos no setor de distribuição e mais de 70 no mercado de postos de combustíveis, esses casos estão no nosso dia a dia. São casos até comuns”, lamenta. “Como o setor de combustíveis gira muito dinheiro, ele atrai empresários de má fé”, acrescenta apontando que a indústria de etanol acumula dívidas que já se aproximam da marca de 1 trilhão de reais.