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Soja

Preço da soja cai em Chicago mesmo com atraso do plantio nos EUA


Globo Rural - 15 mai 2024 - 10:21

A soja fechou a sessão na bolsa de Chicago com preços em queda, mesmo com o atraso na semeadura dos Estados Unidos para a nova safra. Os lotes para julho terminaram a sessão desta terça-feira (14/5) negociados a US$ 12,1450 o bushel, ou recuo de 0,41%

O plantio de soja americano alcançou 35% da área até o último domingo, um ritmo bem atrás dos 45% registrados em igual período do ano passado, informou o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

“A perspectiva de clima para os próximos 15 dias aponta para chuvas dentro da normalidade em áreas produtoras. Por mais que tenha algum atraso nos plantio, ainda é muito cedo para falar em problemas na safra”, afirma Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria.

Ao falar sobre a situação de perdas na safra do Rio Grande do Sul, impactada pelas chuvas, ele avalia que o mercado já precificou uma quebra de 2 milhões de toneladas. Nesta terça, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ajustou para cima sua previsão de safra de soja no país, mas sem considerar as perdas nas lavouras gaúchas.

Na avaliação dele, a soja em Chicago pode voltar a subir a depender de novas perdas na produção do Rio Grande do Sul, mas a tendência de baixa prevalece, afirma Nogueira.

“A referência de preço não muda, pois há um entendimento que haverá um novo aumento nos estoques da safra dos EUA em 2024/25. Esse passa a ser mais um vetor de pressão para as cotações”, ressalta Nogueira.

Milho

A tendência de aumento na oferta de milho nos EUA voltou a pressionar os valores do cereal em Chicago. Os contratos para julho fecharam em queda de 1,06%, para US$ 4,6750 o bushel.

Segundo Enilson Nogueira, da Céleres Consultoria, a previsão de que os estoques finais dos Estados Unidos deverão aumentar na safra 2024/25 mantém a indicação de preços mais baixos para o milho no mercado externo.

Na semana passada, o Departamento de Agricultura americano (USDA) estimou as reservas no país em 53,39 milhões de toneladas, acima das 51,36 milhões estocadas na temporada 2023/24.

De acordo com o analista, o aumento previsto nos estoques minimiza o atraso no plantio da nova safra nos EUA. Até o último domingo, os americanos plantaram 49% da área esperada para 2024/25, segundo o USDA. Na mesma data do ano passado, a semeadura alcançava 60%, enquanto a média para os últimos cinco anos é de 54%.

Nas negociações do trigo, investidores embolsaram lucros, se aproveitando das altas recentes. Os dados sobre a safra americana também afetaram as cotações, que cederam 2,11%, com o contrato para julho precificado a US$ 6,7250 o bushel.

As preocupações com o clima na Rússia – maior exportador mundial de trigo – deram lugar a um tom otimista com a safra 2024/25 nos Estados Unidos. O plantio da safra de primavera no país está adiantado e chegou a 61% da área até o último domingo, índice bem acima dos 35% plantados um ano antes. Além disso, as condições das lavouras de trigo de inverno se estabilizaram em relação à semana passada, com 50% das áreas em estado bom ou excelente.

Paulo Santos – Globo Rural