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Soja

Soja avança em Chicago com mercado atento ao clima nos EUA


Globo Rural - 23 mai 2024 - 09:17

O preço da soja ganhou força na bolsa de Chicago após a valorização dos derivados no mercado internacional. Nesta quarta-feira (22/5), os lotes para julho subiram 0,81%, para US$ 12,4625 o bushel.

Para Ismael Menezes, sócio da MD Commodities, as altas recentes do óleo e do farelo de soja favorecem o movimento do grão em Chicago nesta quarta. Apesar disso, ele não vê uma tendência definida para as cotações no curto prazo.

“Vejo atualmente os preços caminhando mais “de lado”. Sobe 20 pontos em um dia e cai os mesmos 20 no outro. O mercado está em uma fase de resguardo, esperando para ver o que acontece com o clima nos EUA”, destaca.

No momento, tempestades, a até mesmo tornados estão sendo observados em regiões do Meio-Oeste americano, principal área produtora de grãos do país. Para Menezes, no entanto, como o plantio de soja ganhou tração na última semana, a notícia não preocupa o mercado, por enquanto.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) disse que o plantio local chegou a 52% da área esperada para 2024/25. Nessa mesma época do ano passado, o índice chegava a 61%, e a média para os últimos cinco anos é de 49%.

Para o analista, os valores da soja só devem sair desse canal lateral após a divulgação dos dados sobre a condição das lavouras, que serão divulgados pelo USDA a partir do próximo mês.

“O preço ganhou US$ 1 por bushel recentemente, mas havia perdido US$ 3. Ele pode querer buscar os US$ 13, mas precisa de um ‘combustível’ para isso, que pode ser uma possível piora do clima nos EUA”, ressalta Menezes.

O preço do milho se recuperou das baixas recentes na bolsa de Chicago e avançou. Os contratos para julho encerram o pregão em alta de 0,71%, cotados a US$ 4,6125 o bushel.

Além de um fator técnico, a cotação também se apoiou nos fundamentos de demanda. A produção de etanol nos EUA cresceu 2% na última semana, para 1,019 milhão de barris por dia, segundo a Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).

O dado sobre a produção de etanol americano tem peso sobre os preços em Chicago, pois o milho é a principal matéria-prima do biocombustível no país.

Nas negociações do trigo, investidores embolsaram lucros após duas altas recentes. Os lotes para julho fecharam em queda de 0,65%, a US$ 6,93 o bushel.

No momento, dois principais fatores podem direcionar os preços futuros. O clima adverso para lavouras da Rússia e também em regiões da Europa, que pode dar novo impulso ao trigo. Já o bom desenvolvimento da safra nos EUA segura o ímpeto das cotações na bolsa.

Paulo Santos – Globo Rural