Quase um quarto das amostras coletadas pelo Cliente Misterioso do ICL tinham biodiesel abaixo do mandato
Durante 6 meses – entre outubro de 2023 e março de 2024 – dezenas de postos de combustíveis na Bahia, Paraná e em São Paulo receberam – sem saber – um cliente que queria mais do que só encher o tanque. Sua missão era coletar uma amostra do diesel que esses postos estavam vendendo para que o produto fosse analisado por laboratórios parceiros do Instituto Combustível Legal (ICL) e mostrassem um retrato sobre a qualidade dos combustíveis vendidos no Brasil.
A instituição mantida por distribuidoras de combustíveis já realiza esse programa –apropriadamente batizado de Cliente Misterioso – para os mercados de gasolina e etanol desde 2016. E, em março do ano passado, passou a monitorar o segmento de óleo diesel também.
Iniciativas similares são realizadas em diversos outros setores do mercado. A ideia é que usando uma equipe descaracterizadas misturada à clientela comum é mais fácil flagrar atores que estejam tentando passar a perna nos consumidores.
A iniciativa do ICL não tem a mesma abrangência do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da ANP – que se propõe monitorar o território nacional como um todo. Ela tenta ser mais ‘cirúrgica’ e direcionar seus esforços para mercados nos quais tenha sido percebido um acúmulo de denúncias e reclamações coletadas via redes sociais e reuniões formais com os sindicados locais.