Entre a compra e venda de biodiesel
“A Petrobras tem um trabalho peculiar para esse produto [o biodiesel] por atuar entre a produção e a distribuição.” Foi dessa forma que o gerente de comércio de biodiesel da Petrobras, Sandro Barreto, definiu o envolvimento da petroleira estatal com o setor de biodiesel durante a palestra “Intermediando a relação entre usinas e distribuidoras”, que ele apresentou no segundo dia da Conferência BiodieselBR 2012.
De acordo com Barreto, a Petrobras não se vê exatamente como uma “intermediária” no setor de biodiesel, mas como “catalisadora”. “A palavra intermediar tem um conceito forte de algo que impede as partes de conversarem entre si.” Para ele, essa definição é o contrário do que a empresa vem tentando fazer em benefício do setor ao longo dos últimos anos ao transmitir know- -how e aumentar a confiabilidade do sistema como um todo.
Dentro desse ciclo, a Petrobras é hoje a principal agente no que diz respeito à organização das entregas do segmento. São seus técnicos que fazem o planejamento das entregas de biodiesel e toda a gestão dos faturamentos, que asseguram que o dinheiro saído das distribuidoras chegue sem sobressaltos à conta dos fabricantes.
Barreto disse que o planejamento de entregas foi o elemento que mais passou por melhorias. Em especial, o sistema foi todo automatizado para aumentar a conveniência dos processos de compra e venda. Para ficarem mais simples, as operações de faturamento foram todas centralizadas numa célula localizada em Curitiba (PR) que concentra toda a expertise e faz um atendimento mais qualificado das duas pontas do sistema.
Além disso, a equipe da Petrobras também está estudando apossibilidade de adotar um mercado de balcão para o biodiesel, onde os distribuidores e as usinas pudessem fazer suas compras praticamente em tempo real e sem a necessidade de leilões periódicos – possibilidade que já havia sido confirmada poucas horas antes na palestra de Ricardo Dornelles. “Estamos buscando no mercado exemplos para ver quem já faz isso e de que forma”, contou. Mas a mudança não seria simples. “Temos que levar em conta muita coisa. Por exemplo, tem gente que usa os trimestrais dos leilões como garantia para empréstimos. Num mercado de balcão não haveria essa possibilidade”, completou Barreto.
O plano que está em gestação é transformar os estoques em uma nova oportunidade de negócios para as usinas mediante a adoção de um modelo de opções de compra e venda que já vem sendo utilizado com sucesso no mercado de etanol anidro. “Faríamos um leilão de opções de compra para os volumes que julgarmos necessários para estoque regulador e as usinas colocariam sua capacidade extra de produção, tancagem e de expedição rodoviária à venda. Se a gente chegasse a exercer essa opção, pagaríamos o valor combinado e pronto, e se não chegássemos a efetivar a compra, pagaríamos um prêmio pelo contrato”, explicou.
O novo modelo ainda não está completamente detalhado, mas Barreto disse que ele não viria sem contrapartidas por parte das usinas, como, por exemplo, exigir que elas sempre entreguem 100% de suas vendas nos leilões regulares.
O principal mérito dessas mudanças seria baratear o custo que a participação da Petrobras representa dentro do sistema de biodiesel. O custo já foi superior a R$ 80 por metro cúbico de biodiesel e caiu para R$ 60/m³. “Queremos chegar em 2014 com um custo de aproximadamente R$ 20/m³”, informou o palestrante.
Além disso, no próximo ano, a Petrobras estenderá uma pesquisa de satisfação que já realiza para seus outros produtos, passando a incluir o biodiesel.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
De acordo com Barreto, a Petrobras não se vê exatamente como uma “intermediária” no setor de biodiesel, mas como “catalisadora”. “A palavra intermediar tem um conceito forte de algo que impede as partes de conversarem entre si.” Para ele, essa definição é o contrário do que a empresa vem tentando fazer em benefício do setor ao longo dos últimos anos ao transmitir know- -how e aumentar a confiabilidade do sistema como um todo.
Ciclo
Segundo o gerente, um dos esforços que a empresa vem fazendo é no sentido de reduzir o ciclo comercial do biodiesel – o período entre os leilões e a entrega física do produto. O período era de 135 dias até o ano passado e caiu para 105 em 2012. A expectativa é chegar em 2013 com um tempo médio de 75 dias, o que implicaria a realização de leilões bimestrais. “Mas o que consideramos ideal seria ter um ciclo de 45 dias”, adiantou, sem, contudo, se comprometer com prazos.Dentro desse ciclo, a Petrobras é hoje a principal agente no que diz respeito à organização das entregas do segmento. São seus técnicos que fazem o planejamento das entregas de biodiesel e toda a gestão dos faturamentos, que asseguram que o dinheiro saído das distribuidoras chegue sem sobressaltos à conta dos fabricantes.
Barreto disse que o planejamento de entregas foi o elemento que mais passou por melhorias. Em especial, o sistema foi todo automatizado para aumentar a conveniência dos processos de compra e venda. Para ficarem mais simples, as operações de faturamento foram todas centralizadas numa célula localizada em Curitiba (PR) que concentra toda a expertise e faz um atendimento mais qualificado das duas pontas do sistema.
Petronect
Algo que Barreto adiantou em sua palestra é que a Petronect – plataforma eletrônica na qual são realizados os leilões de biodiesel – está passando por um novo ciclo de melhorias, que deve eliminar alguns problemas técnicos que já foram identificados. “Já tivemos algumas mudanças, mas ainda não estamos satisfeitos. Estamos mudando a forma como são feitos os cadastramentos das propostas para que fique mais amigável”, exemplificou, acrescentando que a equipe técnica estuda 18 pontos de mudança no sistema.Além disso, a equipe da Petrobras também está estudando apossibilidade de adotar um mercado de balcão para o biodiesel, onde os distribuidores e as usinas pudessem fazer suas compras praticamente em tempo real e sem a necessidade de leilões periódicos – possibilidade que já havia sido confirmada poucas horas antes na palestra de Ricardo Dornelles. “Estamos buscando no mercado exemplos para ver quem já faz isso e de que forma”, contou. Mas a mudança não seria simples. “Temos que levar em conta muita coisa. Por exemplo, tem gente que usa os trimestrais dos leilões como garantia para empréstimos. Num mercado de balcão não haveria essa possibilidade”, completou Barreto.
Estoques
Outra mudança de fôlego adiantada por Barreto é a modificação no sistema de estoques reguladores de biodiesel. Hoje a Petrobras mantém um estoque físico de vários milhões de litros de biodiesel que servem para garantir que as distribuidoras estejam sempre devidamente abastecidas. “O volume dos estoques não é muito grande. Corresponde a mais ou menos 7% das vendas e não serve para resolver problemas estruturais com a capacidade produtiva. Mas ele é crítico quando enfrentamos problemas pontuais, como a paralisação de uma usina”, resumiu. Contudo, Barreto admite que os estoques não têm a eficiência que a Petrobras gostaria e, por isso, deverá ser substituído.O plano que está em gestação é transformar os estoques em uma nova oportunidade de negócios para as usinas mediante a adoção de um modelo de opções de compra e venda que já vem sendo utilizado com sucesso no mercado de etanol anidro. “Faríamos um leilão de opções de compra para os volumes que julgarmos necessários para estoque regulador e as usinas colocariam sua capacidade extra de produção, tancagem e de expedição rodoviária à venda. Se a gente chegasse a exercer essa opção, pagaríamos o valor combinado e pronto, e se não chegássemos a efetivar a compra, pagaríamos um prêmio pelo contrato”, explicou.
O novo modelo ainda não está completamente detalhado, mas Barreto disse que ele não viria sem contrapartidas por parte das usinas, como, por exemplo, exigir que elas sempre entreguem 100% de suas vendas nos leilões regulares.
O principal mérito dessas mudanças seria baratear o custo que a participação da Petrobras representa dentro do sistema de biodiesel. O custo já foi superior a R$ 80 por metro cúbico de biodiesel e caiu para R$ 60/m³. “Queremos chegar em 2014 com um custo de aproximadamente R$ 20/m³”, informou o palestrante.
Além disso, no próximo ano, a Petrobras estenderá uma pesquisa de satisfação que já realiza para seus outros produtos, passando a incluir o biodiesel.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com