[CBBR 2024] O novo horizonte do setor de biodiesel brasileiro
Embora ainda esteja celebrando a sanção do Combustível do Futuro, o setor já sabe que terá muito trabalho pela frente se quiser dar conta da escalada necessária para viabilizar a chegada do B20 dentro dos próximos 6 anos. E isso sem levar em conta a promessa – um tanto vaga – de chegarmos ao B25 num momento ainda incerto do futuro. Viabilizar essa nova rampa de crescimento vai exigir que toda a cadeia se movimente.
Foi para tentar entender os desafios que teremos pela frente que a Conferência BiodieselBR 2024 elaborou seu painel de abertura, propondo o debate “Preparando o setor de biodiesel para o novo salto de produção”. O painel contou com a participação de: o presidente executivo da Abiove, André Nassar; o presidente do Conselho de Administração da Aprobio, Francisco Turra; o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski; o presidente da FPBio, deputado Alceu Moreira; o relator do PL do Combustível do Futuro na Câmara, deputado Arnaldo Jardim; o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion; e o chefe de gabinete da Vice-Presidência da República, Pedro Guerra.
Abrindo os debates, André Nassar focou sua contribuição nos impactos que a expansão prevista para o biodiesel – sem contar a introdução do diesel verde e do combustível sustentável de aviação (SAF) – deverá ter sobre a indústria nacional de esmagamento, que hoje tem capacidade instalada para moer até 72,3 milhões de toneladas por ano.
Segundo o executivo, as primeiras projeções da Abiove apontam que a capacidade de esmagamento do Brasil terá que dobrar para atender à demanda. “Realmente vai ser um movimento enorme”, disse. “A consequência será uma adição enorme de valor na cadeia da soja”, prosseguiu, informando que cálculos feitos em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que o processamento agrega 40% mais valor na comparação com a exportação do grão in natura. “Será um passo importantíssimo para a cadeia como um todo, porque vai estimular não só o esmagamento como a produção de soja. Processar mais soja implica, evidentemente, mais farelo, e a indústria de proteína animal vai ser muito beneficiada desse processo”, avaliou.