[CBBR 2024] A disponibilidade de matérias-primas para Combustível do Futuro
Com a transformação do Combustível do Futuro em lei, o B20 já está ‘contratado’. O texto formulado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula estabelece que o teor de biodiesel no óleo diesel avance um ponto percentual por ano até chegar a 20% em 2030. As primeiras estimativas já indicam que a demanda de biodiesel deverá passar um pouco dos 14 milhões de m³ – crescimento de praticamente 100% em relação aos 7,3 milhões de m³ registrados no último ano. Para chegar lá, a cadeia terá que reforçar a oferta de óleos e gorduras no mercado doméstico e disputar matérias-primas com compradores externos.
O tema foi debatido durante o painel A competição pelos óleos e gorduras do Brasil, realizado no segundo dia da Conferência BiodieselBR 2024, que contou com as participações do coordenador da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (Abra), Lucas Cypriano; do gerente comercial da Cargill, William Siqueira; e do secretário do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Guilherme Campos.
Bioeconomia circular
Segundo o representante da Abra, Lucas Cypriano, a indústria de reciclagem animal faz parte da vanguarda que está dando origem à bioeconomia circular. O conceito – ainda em formação – busca revalorizar fontes de biomassa que, de outro modo, não seriam aproveitadas.
É uma ideia que começa bem antes de os animais serem abatidos, já que a alimentação animal permite que subprodutos de diferentes cadeias alimentares tenham uma destinação útil. “Não existe nada mais eficiente do que os animais de produção para fazerem essa revalorização de produtos que não servem para a alimentação humana, mas que têm valor nutricional”, explica Cypriano.