Produção de soja para biodiesel pode diminuir
A participação da soja na produção do biocombustível deve decrescer nos próximos anos. A previsão é do presidente do Conselho de Administração da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Juan Diego Ferrés. Segundo estimativa da Ubrabio, atualmente 80% do biodiesel é produzido a partir da soja, 10% da gordura animal, 5% do algodão e 5% de outras matérias-primas, como mamona (entre 2% e 3%), por exemplo.
Ferrés afirmou que quando o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) foi criado, em dezembro de 2004, a participação da soja era marcante porque era um cultivo mais resistente aos ciclos de preços altos e baixos. 'Porque a soja tem 80% de farelo que é a proteína que também agrega valor à produção. Porque quando o óleo cai de preço a soja não sofre tanto como amendoim, o girassol.' O farelo da soja é muito utilizado na alimentação animal.
'Quando o governo brasileiro deixou de manter uma políticas de preços mínimos, houve uma concentração na produção da soja e do milho, porque são as culturas que menos dependem de preço de teor de óleo'. Na opinião de Ferrés, o PNPB reverte essa lógica e cria um patamar de preços para as matérias-primas com teores de óleo mais elevados, como girassol, amendoim e mamona.
Cronograma do biodiesel pode ser antecipado, avalia Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou hoje, em reunião com representantes da União Brasileira de Biodiesel (Ubrabio), que o cronograma de introdução do biodiesel no mercado poderá ser antecipado diante do desempenho da produção efetiva do produto. "O presidente observou que estão asseguradas as metas de produção de biodiesel que poderão garantir a antecipação do cronograma de introdução desse novo combustível no mercado", disse o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach.O cronograma do programa do biodiesel prevê que até 2013 o produto terá 5% do mercado, mas, segundo Baumbach, há possibilidade de atingir este objetivo em 2010. "Falou-se em, talvez, 2010, mas isso não é uma meta ainda. Isso é uma especulação baseada na produção excelente que nós estamos tendo de biodiesel", explicou. "A primeira meta é, em janeiro do próximo ano, colocarmos a obrigatoriedade dos 2%. Como existe uma produção muito grande, o próximo passo será, então, atingir os 5%. Mas nós queremos ter um passo seguro, uma marcha segura na direção dos 5%", disse. A meta de 2% está assegurada pelo atual nível de produção, segundo relato do porta-voz.
De acordo com Baumbach, os produtores expressaram sua satisfação com a execução e os resultados até agora alcançados pelo programa de biodiesel e destacaram o diálogo com o governo. "Eles frisaram que as empresas têm investido na produção de biodiesel por terem confiança na seriedade com que vem sendo tratado o assunto pelo governo do presidente Lula", relatou.
Por Fabio Graner