União Europeia aprova novo pacote de sanções contra Rússia

A União Europeia (UE) aprovou nesta sexta-feira (18) o 18º pacote de sanções contra a Rússia por sua guerra na Ucrânia. Algumas das medidas afetam diretamente a indústria de petróleo e energia russa. Entre as medidas está a redução do teto de preço do G7 para a compra de petróleo bruto russo para US$ 47,6 por barril, segundo diplomatas revelaram para a Reuters.

"A UE acaba de aprovar um dos seus pacotes de sanções mais fortes contra a Rússia até o momento", disse a chefe de política externa da UE, Kaja Kallas. "Continuaremos aumentando os custos, então interromper a agressão se torna o único caminho a seguir para Moscou."

No entanto, a Rússia conseguiu, até agora, vender a maior parte do seu petróleo acima do teto de preço anterior, já que o mecanismo atual torna incerto quem deve fiscalizar sua implementação. E os traders duvidam que as novas sanções da UE atrapalhem significativamente o comércio de petróleo russo.

O pacote também proíbe transações relacionadas aos gasodutos russos Nord Stream, sob o Mar Báltico, e ao setor financeiro russo.

Kallas disse que as sanções também visavam 105 navios da "frota sombra" russa, o termo usado por autoridades ocidentais para navios que Moscou usa para contornar sanções petrolíferas, e "bancos chineses que permitem a evasão de sanções". Ela não nomeou os bancos.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou a decisão de "essencial e oportuna", à medida que a Rússia intensifica sua guerra aérea contra cidades e vilas ucranianas.

"Privar a Rússia de suas receitas petrolíferas é crucial para pôr fim à sua agressão", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha.

O G7 tenta impor um teto de preço para as compras de petróleo russo desde dezembro de 2022.

O objetivo é proibir o comércio de petróleo bruto russo comprado a um preço mais alto, proibindo as empresas de transporte, seguro e resseguro de manusear navios-tanque que transportam esse petróleo.

A UE e o Reino Unido têm pressionado para reduzir o teto nos últimos dois meses, depois que uma queda nos futuros do petróleo tornou o nível atual de US$ 60 por barril amplamente irrelevante. Mas os Estados Unidos resistiram, deixando a UE avançar por conta própria, mas sem poder real para fazer cumprir a medida, dizem analistas e comerciantes de petróleo.

Como o dólar domina as transações globais de petróleo e as instituições financeiras dos EUA desempenham o papel central na compensação de pagamentos, a UE não tem meios de bloquear as negociações negando acesso à compensação em dólar.

O acordo sobre o novo pacote da UE foi adiado por semanas, pois o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, exigiu concessões em um plano separado para eliminar gradualmente a dependência da UE do petróleo e gás russos. Fico anunciou na noite de quinta-feira (17) que estava encerrando sua oposição.

Países como Grécia, Chipre e Malta expressaram preocupações sobre o efeito do teto do preço do petróleo em suas indústrias de transporte marítimo. Mas Malta, a última do trio a resistir, também aderiu na quinta-feira.