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Análise da Semana: 25.ago.07


BiodieselBR - 25 ago 2007 - 17:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Análise Semanal 25.ago.07

 

O embate entre as distribuidoras e as usinas parece não ter fim. De acordo com dados da Brasil Ecodiesel, no segundo trimestre de 2007 a empresa disponibilizou para a Petrobras Distribuidora 111 milhões de litros, enquanto a distribuidora retirou somente 62 milhões de litros.

A distribuidora Ale Sat afirma que algumas de suas carretas aguardam três, quatro dias para serem carregadas com biodiesel em algumas usinas, quando carregam. Ocorrendo casos de a empresa ter que redirecionar seus caminhões para outras usinas. A Ipiranga, segundo o jornal Valor Econômico, também aponta problemas com as usinas para a retirada de 80 milhões de litros de biodiesel.

Estes problemas começaram no ano passado, já nas primeiras retiradas do biodiesel comprado nos leilões promovidos pela ANP. As distribuidoras culpando as usinas e vice-versa. Neste empurra-empurra, os dois lados têm razão. Como a obrigatoriedade de mistura será a partir de janeiro de 2008, os ambos os lados estão mais preocupados com a propaganda do que com a produção e a distribuição. Para as usinas que venderam o biodiesel nos leilões a preço fixo, quanto mais biodiesel for produzido com o atual preço do óleo de soja, maior será o prejuízo. Para as distribuidoras, a mistura de biodiesel também aumenta seus custos.

Na realidade, as distribuidoras estão testando seus equipamentos, resolvendo alguns problemas de logística, ganhando experiência, e também testando a aceitação do produto junto ao consumidor. Tudo isto para que a partir da data da obrigatoriedade todos os problemas estejam solucionados.

O problema é que em janeiro, o mercado vai ter que lidar com 70 milhões de litros por mês (para atingir o mínimo necessário para o B2), mas as dificuldades estão acontecendo com baixos níveis de produção mensal, de cerca de 20 milhões de litros.


Matéria-prima: Sebo
Com a inauguração oficial nesta terça-feira (21.08) da usina de biodiesel do grupo Bertin em Lins - SP sobe para duas as usinas de biodiesel no Brasil que têm garantido o fornecimento de matéria-prima a custos compatíveis com o preço final do biodiesel. Além da usina da Bertin, a da Agropalma no Pará tem esta garantia. A Agropalma utiliza os ácidos graxos oriundos da degomagem e refino do óleo de dendê (atividade principal da empresa) para produzir biodiesel.

Ambas as empresas tinham um subproduto de baixo valor de mercado, vislumbraram uma forma de agregar valor a um subproduto, que em algumas épocas do ano era problema e prejuízo, através da transformação em biodiesel. O subproduto que era vendido a preços insignificantes, agora com o biodiesel, o sebo ou a borra do dendê passa a valer R$ 1,60/1,80 o quilo.

Boa parte da produção de biodiesel das duas empresas está sendo usado para consumo próprio, evitando com isto o recolhimento de PIS/COFINS E ICMS.

Por outro lado, os fabricantes de sabão, detergentes e demais subprodutos do sebo bovino estão preocupados com a possível alta de sua matéria-prima. Somente a usina do grupo Bertin usará cerca de 15% do sebo bovino nacional, estimado em 700 mil toneladas por ano. A Abisa – Associação das Indústrias Saboeiras – teme um novo aumento do produto, que pode alcançar até R$ 1.400,00 a tonelada. O primeiro aumento do sebo ocorreu no último trimestre de 2006, saindo de cerca de R$ 600,00 por tonelada para R$ 1.000,00.


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17 ago

  • Dados da Brasil Ecodiesel chamam a atenção.
  • Produtividade da mamona e do girassol.
  • A exportação de grãos.
  • Petrobras ameaça setor de biodiesel.

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