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Lucro verde. Biodiesel na bolsa


Valor Econômico - 22 ago 2007 - 07:15 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Desde a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Cosan, em novembro de 2005, o negócio do combustível verde passou a ser opção para o aplicador local. Sem considerar o desgaste com a recente criação da Cosan Limited, que conferiu mais poderes a Rubens Ometto, o sócio-fundador da Cosan, outras usinas de açúcar e álcool trilharam o caminho rumo à Bovespa, como a São Martinho e a Açúcar Guarani. A Brasil Ecodiesel, apesar de ter estreado na bolsa em novembro sob a sombra de ter um sócio oculto no bloco de controle, do ponto de vista operacional é uma representante dos novos tempos, ao produzir combustível a partir da soja e da mamona.

A Fator - cujo banco foi um dos coordenadores do IPO da Brasil Ecodiesel - tem recomendação de compra para as ações da empresa, com um preço-alvo de R$ 19,00. Leva em conta as metas do próprio Ministério das Minas e Energia de estabelecer a ampliação gradativa de biodiesel ao diesel mineral, numa proporção inicial de 2%, chegando a 5% após 2013. Com isso, o governo estima que o mercado potencial para o biodiesel é de 1 milhão de metros cúbicos para 2008, atingindo 2,4 milhões de metros cúbicos por ano a partir de 2013. A Brasil Ecodiesel considera que as projeções podem extrapolar esses valores à medida que frotas de veículos adotem proporções maiores ao diesel utilizado, a fim de reduzir a emissão de poluentes.

Quando comparado à indústria do etanol, o biodiesel ainda carece de viabilidade econômica, pondera o chefe de análise da Link Investimentos, Celso Boin Júnior. Enquanto o barril de etanol custa cerca de US$ 40,00, o biodiesel está na casa dos US$ 80,00, US$ 90,00, acima das cotações do petróleo, a US$ 69,00, e só se sustenta num primeiro momento com subsídios, a exemplo do que ocorreu com o programa do Proálcool na década de 80, afirma o especialista.

Por Adriana Cotias