Entrevista: Alisio Vaz
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Novo presidente do Sindicom defende revisão do PNPB e vê com cautela proposta de aumento da mistura
Miguel Angelo Simczak Vedana, de Curitiba
Depois de 25 anos de atuação na Petróleo Ipiranga, o executivo Alísio Vaz se desliga da companhia para dedicar-se exclusivamente à presidência do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis de Lubrificantes (Sindicom). O dirigente, que exercia a vice-presidência executiva do Sindicom desde 2004, sucede Leonardo Gadotti, que acumulava a presidência do sindicato com suas funções à frente da Cosan Combustíveis e Lubrificantes (CCL). Ao assumir o novo cargo em abril, ele pretende implementar um modelo profissional de gestão na entidade, com independência e maior equilíbrio de forças entre as empresas associadas, que respondem por 80 % do mercado de distribuição de combustíveis automotivos no Brasil.
Em entrevista a BiodieselBR, o novo presidente defende a revisão do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) para garantir a qualidade e evitar fraudes no combustível. Ele pede mais rigor nas especificações do biodiesel e vê com cautela a proposta dos produtores de elevar o percentual da mistura. Entende ainda que uma mudança precipitada poria em risco a credibilidade do programa, considerado “um sucesso”, apesar de algumas ressalvas, como na questão social. Ele diz ainda que o problema da qualidade do biodiesel pode não ser culpa das usinas.
Revista BiodieselBR - Em abril o senhor assumirá a presidência do Sindicom com dedicação exclusiva e pretende implementar um novo modelo de gestão. Que tipo de mudanças podemos esperar?
Alísio Vaz Basicamente uma administração mais profissionalizada, mais focada, com autonomia maior para o principal executivo. Antes existia uma dependência maior de um presidente com dedicação parcial ao Sindicom e isso de alguma forma inibia um pouco o desempenho pleno do cargo. Com uma administração profissionalizada, nós teremos uma liderança executiva totalmente focada e dedicada. Obviamente, com um maior nível de cobrança, mas com a possibilidade de desempenhar com mais autonomia o seu papel. O fato de ser desvinculado das empresas dá uma liberdade e um equilíbrio de forças maior.
O senhor deu uma declaração dizendo que a principal bandeira da nova gestão será o combate ao mercado ilegal de etanol. E para o biodiesel, quais serão as prioridades?
Alísio Vaz Nossa prioridade com relação ao biodiesel é uma revisão geral do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Usando toda a experiência acumulada nesses anos, precisamos ajustar as expectativas, as prioridades e os objetivos do PNPB. Eu diria que a prioridade é na direção de eficiência e custos em todos seus aspectos, em tudo que possamos imaginar em termos de eficiência. Dentro dessa revisão alguns itens são importantes, como a escala, eficiência, qualidade, custos e o efetivo controle para as questões de fraudes de não mistura do biodiesel.
Quais as sugestões para a melhoria da qualidade do biodiesel?
Alísio Vaz Nós não temos ainda a conclusão dos trabalhos que estão em curso a respeito dos questionamentos em relação à qualidade, levantados por diversos agentes do setor. Problemas com qualidade tanto do B100 quanto do B5 levaram a ANP a criar três grupos de trabalho. Como esses grupos ainda estão terminando suas conclusões, fica difícil saber quais serão as propostas de melhoria de qualidade, mas elas com certeza existirão. Entendo inclusive que alguma coisa passará por revisão da especificação, devendo ficar mais rigorosa em termos da qualidade do B100.
Onde está o problema de qualidade do biodiesel: nas usinas de biodiesel que não produzem dentro da especificação ou é a especificação que realmente tem problema?
Alísio Vaz É essa a dúvida que vamos esclarecer com os grupos de estudo. A princípio a produção de biodiesel está sendo feita hoje dentro da especificação, uma vez que as distribuidoras fazem testes no recebimento do B100. Então, se as empresas estão recebendo é porque está dentro das especificações. Mas aparentemente existe algum tipo de problema posterior que possivelmente exija uma revisão da própria especificação.
Miguel Angelo Simczak Vedana, de Curitiba
Depois de 25 anos de atuação na Petróleo Ipiranga, o executivo Alísio Vaz se desliga da companhia para dedicar-se exclusivamente à presidência do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis de Lubrificantes (Sindicom). O dirigente, que exercia a vice-presidência executiva do Sindicom desde 2004, sucede Leonardo Gadotti, que acumulava a presidência do sindicato com suas funções à frente da Cosan Combustíveis e Lubrificantes (CCL). Ao assumir o novo cargo em abril, ele pretende implementar um modelo profissional de gestão na entidade, com independência e maior equilíbrio de forças entre as empresas associadas, que respondem por 80 % do mercado de distribuição de combustíveis automotivos no Brasil.
Em entrevista a BiodieselBR, o novo presidente defende a revisão do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) para garantir a qualidade e evitar fraudes no combustível. Ele pede mais rigor nas especificações do biodiesel e vê com cautela a proposta dos produtores de elevar o percentual da mistura. Entende ainda que uma mudança precipitada poria em risco a credibilidade do programa, considerado “um sucesso”, apesar de algumas ressalvas, como na questão social. Ele diz ainda que o problema da qualidade do biodiesel pode não ser culpa das usinas.
Revista BiodieselBR - Em abril o senhor assumirá a presidência do Sindicom com dedicação exclusiva e pretende implementar um novo modelo de gestão. Que tipo de mudanças podemos esperar?
Alísio Vaz Basicamente uma administração mais profissionalizada, mais focada, com autonomia maior para o principal executivo. Antes existia uma dependência maior de um presidente com dedicação parcial ao Sindicom e isso de alguma forma inibia um pouco o desempenho pleno do cargo. Com uma administração profissionalizada, nós teremos uma liderança executiva totalmente focada e dedicada. Obviamente, com um maior nível de cobrança, mas com a possibilidade de desempenhar com mais autonomia o seu papel. O fato de ser desvinculado das empresas dá uma liberdade e um equilíbrio de forças maior.
O senhor deu uma declaração dizendo que a principal bandeira da nova gestão será o combate ao mercado ilegal de etanol. E para o biodiesel, quais serão as prioridades?
Alísio Vaz Nossa prioridade com relação ao biodiesel é uma revisão geral do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Usando toda a experiência acumulada nesses anos, precisamos ajustar as expectativas, as prioridades e os objetivos do PNPB. Eu diria que a prioridade é na direção de eficiência e custos em todos seus aspectos, em tudo que possamos imaginar em termos de eficiência. Dentro dessa revisão alguns itens são importantes, como a escala, eficiência, qualidade, custos e o efetivo controle para as questões de fraudes de não mistura do biodiesel.
Quais as sugestões para a melhoria da qualidade do biodiesel?
Alísio Vaz Nós não temos ainda a conclusão dos trabalhos que estão em curso a respeito dos questionamentos em relação à qualidade, levantados por diversos agentes do setor. Problemas com qualidade tanto do B100 quanto do B5 levaram a ANP a criar três grupos de trabalho. Como esses grupos ainda estão terminando suas conclusões, fica difícil saber quais serão as propostas de melhoria de qualidade, mas elas com certeza existirão. Entendo inclusive que alguma coisa passará por revisão da especificação, devendo ficar mais rigorosa em termos da qualidade do B100.
Onde está o problema de qualidade do biodiesel: nas usinas de biodiesel que não produzem dentro da especificação ou é a especificação que realmente tem problema?
Alísio Vaz É essa a dúvida que vamos esclarecer com os grupos de estudo. A princípio a produção de biodiesel está sendo feita hoje dentro da especificação, uma vez que as distribuidoras fazem testes no recebimento do B100. Então, se as empresas estão recebendo é porque está dentro das especificações. Mas aparentemente existe algum tipo de problema posterior que possivelmente exija uma revisão da própria especificação.
