Giro pelo mundo: Pequenas notícias sobre biodiesel
Indonésia versus Europa
A Indonésia está fazendo lobby junto à União Européia (UE) para que o biodiesel feito de palma seja aceito como combustível no continente. Caso a iniciativa, que tem o apoio da Malásia, seja bem-sucedida haverá um significativo impacto na produção desses dois países, uma vez que eles são responsáveis por 85% da produção de óleo de palma em todo o mundo.
A UE alega que o biodiesel produzido de palma não é de boa qualidade nem reduz as emissões de gases causadores do efeito estufa. No entanto, pesquisadores da Malásia afirmam que o óleo de palma pode reduzir em até 60% as emissões.
Produção deve crescer 12% ao ano
O aumento da demanda deve alavancar o crescimento da produção de biodiesel em 10 a 12% em todo o mundo, diz a consultoria F.O. Licht. Atualmente se produz em todo o planeta 9,85 bilhões de litros. Segundo a Licht, as exportações desse combustível pelos EUA e pela Argentina têm aumentado, num indício de que a procura tem sido grande.
A consultoria também prevê que os preços das matérias-primas devem se estabilizar nos próximos dois anos, já que o plantio deve se igualar à demanda. A Licht estima que o crescimento na produção de biodiesel será liderado pelos EUA, que até 2012 deve chegar a oito bilhões de litros. O Brasil pode chegar a 9,5 bilhões de litros no mesmo período.
A análise aponta que a UE chegará a 15 bilhões de litros de produção e que a soja continuará a ser a principal matéria-prima do biodiesel em todo o mundo.
França planeja acabar com os benefícios fiscais para o biodiesel até 2012
O governo francês planeja reduzir gradualmente as isenções ficais para os biocombustíveis até 2012, argumentando que os altos preços do petróleo e dos grãos tornaram o subsídio desnecessário. Na projeção orçamentária para 2009, o governo francês afirmou que irá reduzir, a partir de janeiro e em etapas, os descontos dados para o biodiesel e o etanol no imposto nacional sobre combustíveis (TIPP).
“É incompreensível”, declara Philippe Tillous-Borde, presidente da Sofiproteol e dono da maior produtora de biodiesel da França, a Diester Industrie. “Isso vai favorecer a importação de países de fora da União Européia, como os Estados Unidos e a Argentina (produtos que se beneficiam de subsídios para exportação), o que vai distorcer ainda mais a competição.” Além disso, acrescenta ele, as medidas anunciadas ignoram o benefício dos biocombustíveis para o ambiente.
Bill Gates investe em algas
O multimilionário Bill Gates, fundador da Microsoft, está investindo na fabricação de combustível a partir de algas. Gates e um grupo de empresários colocaram US$ 100 milhões na empresa californiana Sapphire Energy. O empreendimento tem o objetivo de produzir um novo combustível a partir de algas que, diz a empresa, irá substituir o petróleo. Segundo as projeções dos cientistas da Sapphire, o novo combustível poderá substituir todo o petróleo consumido pelos EUA utilizando uma área de cultivo do tamanho do estado de Maryland, cerca de 32 mil km².