Olfar de Porangatu será a maior emissora de CBios do setor de biodiesel
A Olfar está prestes a suplantar a Oleoplan como a maior emissora de CBios do setor de biodiesel. Nessa sexta-feira (05), a Green Domus – firma inspetora responsável – colocou no ar os documentos referentes à consulta pública do processo de certificação da usina de Porangatu (GO). Os números que constam do material permitem calcular que a unidade produtiva terá capacidade para emitir mais de 1,39 milhão de créditos.
Isso pode fazer de Porangatu a primeira usina de biodiesel com potencial para superar a barreira de um milhão de CBios por ano. Hoje, a maior emissora do setor é a Oleoplan de Iraquara que tem capacidade de colocar até 628,4 mil títulos no mercado por ano.
Seria um reforço e tanto para a capacidade de oferta de CBios do setor de biodiesel cujo teto, hoje, é de aproximadamente 7,63 milhões de unidades. Com aprovação da certificação da Olfar de Porangatu, a oferta do setor poderia chegar a 9,02 milhões – crescimento de 18,3%.
Segunda maior usina
Reativada pela Olfar em fevereiro do ano passado, a usina de biodiesel de Porangatu é a segunda maior usina de biodiesel do país em capacidade autorizada – atrás apenas da unidade de Lapa (PR) da Potencial. Dos 648 mil m³ anuais da usina goiana, 81,5% estariam aptos a gerar CBios.
É um percentual bem maior que o do setor como um todo. No somatório geral, a 32 usinas de biodiesel que já foram certificadas pela ANP podem emitir CBios para um pouco menos de 46% de todo o biodiesel que fabricaram.
A Nota de Eficiência Energético-Ambiental (NEEA) de Porangatu também não faz feio. Com 79,7 gCO2eq/MJ, a usina teria o 13º biodiesel mais limpo dentre as certificadas podendo emitir um CBio a cada 378,2 litros de biodiesel fabricados. Na média, o setor tem 65,78 gCO2eq/MJ o que permitiria a emissão de um CBio para cada 458,5 litros.
Apesar dos números superlativos de Porangatu, sua capacidade de oferta real para o mercado de CBios seria de apenas uma fração do valor máximo. No ano passado, a usina fabricou 114,6 milhares de m³ de biodiesel o que permitiria a emissão de 247 mil créditos.
Vale ressaltar que a usina só foi começar a produzir biodiesel, de fato, em maio. Com uma média de produção mensal de 14,3 mil m³, se estivesse ativa desde o começo do ano seria de se esperar que ela tivesse fabricado 171,8 mil m³ de biodiesel e, nesse caso, poderia gerar 370,6 mil CBios.
Milionário
Considerando os negócios registrados na B3 ao longo da última semana, o valor dos CBios ficou em cerca de R$ 91,95. A esse preço, a usina de Porangatu poderia faturar até R$ 128,5 milhões ao ano no mercado de carbono – resultado que cai para R$ 22,7 milhões caso a conta seja feita com base no volume de biodiesel fabricado.
O balanço mais recente do grupo informou que, em 2020, faturamento da Olfar chegou a R$ 2,53 bilhões e o lucro líquido a R$ 155 milhões.
Redução
A certificação de Porangatu não foi o único movimento da Olfar no mercado de CBios. A empresa também está revisando a certificação de sua usina de Porto Real (RJ).
Nesse caso, no entanto, a capacidade máxima de emissão de CBios deverá baixar dos atuais 431,8 para 377,2 milhares – 12,6% menos. O corte se deve principalmente à diminuição na fração elegível da usina de 99,7% que consta na certificação atual aprovada em dezembro de 2019 para 87,7% no novo documento.
A NEEA da unidade também caiu ligeiramente indo de 80,6 para um pouco menos e 80,1 gCO2eq/MJ
Com todas essas movimentações, a Olfar passaria a poder emitir até 2,07 milhões de CBios por ano que teriam – pela cotação da última semana – valor de mercado de R$ 190,6 milhões
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com{/viewonly}