[CBBR 2025] Em busca de novos mercados
A grande fortaleza da indústria brasileira do biodiesel é – desde sempre – o mandato estabelecido pelo governo em 2008. Desde então, cada litro de óleo diesel vendido no país tem alguns pontos percentuais de biodiesel. Hoje, essa fatia é de 15% e, graças à Lei do Combustível do Futuro, ela deverá chegar a 20% dentro dos próximos cinco anos. Isso não impede os fabricantes de trabalharem para abrir novos mercados.
Nos últimos anos, diversas empresas vêm flertando com a possibilidade de passar a usar biodiesel puro. E não é só isso. A Organização Marítima Internacional (IMO) vem discutindo ativamente a criação de um esquema para a redução das emissões de CO₂ nos transportes marítimos, que vai admitir o uso de biodiesel como uma das soluções possíveis. E, dentro de mais alguns meses, o MME vai abrir um leilão que irá contratar projetos de termelétricas movidas a biodiesel.
São perspectivas que têm animado o setor. Para saber um pouco mais sobre essas portas entreabertas e sobre como abri-las de vez, a Conferência BiodieselBR 2025 realizou o painel Novos mercados para o biodiesel brasileiro, com as participações do diretor executivo da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), Luis Resano, e do diretor de Relações Institucionais da Amaggi, Ricardo Tomczyk.
Regra internacional
De acordo com o diretor da Abac, Luis Resano, a navegação marítima e a aviação são dois modais de transporte cuja regulação é feita em nível internacional – o transporte aéreo, pela Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês), e a navegação, pela Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês). Por não serem de prerrogativa nacional, esses dois setores ficaram fora do Acordo de Paris e estão negociando suas próprias regras de descarbonização, prevendo zerar as emissões líquidas de ambos até 2050.