Petróleo tem forte queda enquanto monitora tensões no Oriente Médio
O petróleo fechou em queda brusca nesta terça-feira, com o mercado ainda cauteloso com a demanda pela commodity neste ano enquanto reage aos desenvolvimentos do conflito no Oriente Médio.
O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para abril recuou 1,81%, a US$ 77,04. Já o Brent - referência global - para o mesmo mês cedeu 1,46%, a US$ 82,34 por barril.
O enfraquecimento da economia global deve levar os preços do petróleo a sofrerem com uma demanda menor do mercado internacional. Com isso, as tensões geopolíticas no Oriente Médio têm sustentado a commodity, algo que não ocorreu hoje em meio a sinalizações de países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, em prol de um cessar-fogo na agressão militar de Israel à Faixa de Gaza.
No entanto, a melhora da atividade econômica chinesa durante o período do Ano Novo chinês dá algum otimismo à demanda futuro, enquanto a recente onda de ataques a navios no Mar Vermelho continua a sustentar os preços, de acordo com o analista Ricardo Evangelista, da ActivTrades. “Há potencial para novas escaladas nos preços do petróleo no horizonte", diz o analista sênior em uma nota.
Ainda sobre a China, o banco central do país decidiu na noite de ontem reduzir a sua taxa básica de juros com prazo de 5 anos. A queda da Loan Prime (LPR) de 4,2% a 3,95% visa dar impulso ao mercado imobiliário do país. A decisão, porém, não indica um afrouxamento monetário amplo do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), algo que só deve ocorrer de acordo com o ciclo de corte de juros do Federal Reserve (Fed), de acordo com Thomas Matthews, economista-sênior de mercados da Capital Economics.
Gabriel Caldeira – Valor Econômico
