Soja fecha com altas de dois dígitos em Chicago, motivada por disparada do óleo
Os preços da soja aceleraram o movimento de alta na Bolsa de Chicago e fecharam a quinta-feira (24) registrando sua quinta sessão consecutiva de ganhos e registrando avanços de dois dígitos entre os principais vencimentos. Os futuros do grão subiram de 9 a 12,75 pontos – ou mais de 1% – acompanhando uma alta ainda mais intensa do óleo, de mais de 3% entre as posições mais negociadas na CBOT.
Assim, o vencimento maio fechou com US$ 10,53 e o setembro com US$ 10,32. Do mesmo modo, para o óleo, os fechamentos nos mesmos contratos foram de, respectivamente, 49,64 cents e 49,77 cents de dólar por libra-peso.
"Há relatos de aumento na demanda por soja em processadoras americanas, impulsionadas pela ampla demanda pelos derivados, com destaque para o óleo. O óleo americano continua barato no mercado internacional, favorecendo o bom ritmo de exportação", afirmou a equipe de analistas da Agrinvest Commodities.
Do mesmo modo, o mercado continua também sustentado pelas perspectivas de um acordo entre China e Estados Unidos nos próximos meses. "Essa guerra precisa acabar", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, em entrevista ao Notícias Agrícolas. "Eu vejo que eles vão negociar. Eles têm que chegar a um acordo até o começo de julho, dando o tempo máximo. 30% inviabiliza (de tarifas para o comércio entre as duas nações)".
O presidente americano Donald Trump vem sinalizando a redução das tarifas e a China, por outro lado, mantém-se em alerta em posicionada frente às declarações vindas de Washington.
Outro ponto de atenção do mercado é o desenvolvimento da nova safra americana. O clima no Meio-Oeste americano, até este momento, tem permitido um bom avanço do plantio nesta temporada, em especial do milho agora. "Há uma esperança de que a área do milho, se continuar nesse ritmo, será maior. E se for maior, vai tirar da soja", afirma Sousa. "E vejo que os americanos terão uma safra de soja regular, em um área menor".
O diretor da Labhoro destaca ainda a necessidade que o mercado tem agora de monitorar o clima no Corn Belt e os mapas atuais mostram que não há grandes áreas-chave de produção não apresentam problemas, ao menos por enquanto. Porém, lembra ainda de outras temporadas em que o plantio também correu acelerado e, a frente, durante o desenvolvimento, as lavouras tendo sofrido com o tempo mais seco.
Mercado brasileiro
No mercado brasileiro, a semana foi boa de negócios, com os preços em Chicago mais resilientes ajudando a equilibrar um recuo do dólar e também de uma baixa dos prêmios, embora eles ainda estejam levemente positivos.
A China mantém sua demanda muito concentrada pela soja brasileira, o que se justifica não só pela necessidade chinesa de garantir a oleaginosa e a recomposição dos seus estoques, mas também pela competitividade do produto no mercado internacional neste momento.
Carla Mendes – Notícias Agrícolas