Disparidade nos preços trava negócios com soja no Brasil
As negociações com soja em grão andam lentas no Brasil em função da disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos pelos vendedores, segundo acompanhamento do mercado feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Segundo o Cepea, as expectativas dos compradores se ancoram nas quedas externas e na baixa dos prêmios de exportação no Brasil. Além disso, o ambiente é de produção nacional recorde e na oferta robusta a partir da Argentina que vem tendo rendimentos melhores do que os esperados – na última semana a Bolsa de Grãos de Buenos Aires elevou sua estimativa para a produção na safra 2024/25 de 48,6 para 50 milhões de toneladas.
Já vendedores estão de olho nas exportações elevadas em abril e na expectativa de maior demanda externa para os próximos meses.
Em abril, o Brasil escoou perto de 15,3 milhões de toneladas de soja, crescimento de 4,2% sobre o volume de março e 4,2% acima do exportado há um ano. É o terceiro maior volume mensal de soja escoado pelo País, atrás apenas dos 15,6 milhões de toneladas de junho de 2023 e dos 16,1 milhões de toneladas de abril de 2021.
Apesar de ser um volume elevado, o ritmo das exportações está abaixo das previsões do mercado.
No momento, essa queda de braços tem beneficiado os compradores com os preços da soja voltando a cair após um curto ciclo de altas que durou entre o fim de março e meados de abril.
Na média da última semana – de 05 a 09 de maio –, os preços da soja em grão tiveram queda. Em Paranaguá, a saca de 60 quilos do grão foi negociada por R$ 132,62; baixa de 0,3% em relação à semana anterior. Já no mercado do Paraná como um todo, o preço da saca foi de R$ 127,90; menos 0,7%.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com