SC discute projeto piloto para reciclagem de animais mortos naturalmente
O projeto piloto para recolhimento e destinação de animais mortos naturalmente nas propriedades rurais de Santa Catarina foi discutido ontem (26) na Secretária de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Brasília. A proposta prevê o recolhimento das carcaças e seu processamento em sebo para a produção de biodiesel e farinhas destinadas ao setor de fertilizantes.
Esse projeto piloto foi elaborado com a colaboração da Embrapa e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e apresentado aos representantes das agroindústrias e dos produtores rurais durante uma reunião realizada na quinta-feira da semana passada (19) no município catarinense de Concórdia.
De acordo com o secretário estadual da Agricultura, Moacir Sopelsa, a intenção é criar um modelo que amenize os impactos ambientais, trabalhistas e econômicos gerados na destinação dos animais mortos em propriedades rurais do estado. "Essa situação preocupa o setor produtivo, as agroindústrias e as entidades ligadas à preservação do meio ambiente, por isso construímos uma proposta viável e que deve garantir a segurança sanitária", destacou.
O Ministério da Agricultura calcula que o volume de aves e suínos mortos nas propriedades rurais chegue a 300 mil toneladas por ano. Hoje, a orientação técnica é de que essas carcaças sejam destinadas à compostagem. "Entretanto, essa prática tem se mostrado incapaz de absorver todo o volume e acabam ocorrendo outros tipos de descartes, resultando em problemas ambientais e trabalhistas", comentou o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe.
A proposta prevê a legalização da atividade de coleta, armazenamento e processamento dessas carcaças com a criação de Unidades Processadoras de Referência que, sob fiscalização oficial, farão a destinação de forma segura e viável dos animais mortos. A Embrapa Suínos e Aves utilizará essas unidades para a execução de um projeto de pesquisa chamado Tecnologias para a Destinação de Animais Mortos (TEC-DAM), que irá subsidiar o Ministério da Agricultura na regulamentação dos procedimentos de destino dessas carcaças em nível nacional.
Coordenado pela Embrapa Suínos e Aves, o projeto tem como propósito aprimorar soluções tecnológicas e subsidiar a formulação de normativas pelo MAPA que deem conta de dar destinação correta aos animais mortos ao longo da cadeia produtiva de aves, suínos e bovinos de leite.
Com adaptação BiodieselBR.com
