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Macaúba

Pesquisas com macaúba avançam


Embrapa Agroenergia - 27 mar 2012 - 09:19 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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A macaúba esta sendo fortalecida como matéria-prima para finalidades alimentares e energéticas. Em uma grande rede formada por unidades da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - e universidades, aspectos básicos dessa espécie já estão sendo identificados por projetos de pesquisa como o ProPalma - que estuda palmáceas visando à produção de óleo e aproveitamento de coprodutos e resíduos. A iniciativa teve início no ano passado, com recursos da Financiadora e Estudos e Projetos (Finep).

Na sexta-feira (23), a Embrapa Agroenergia reuniu, em Brasília, os pesquisadores envolvidos nos trabalhos com macaúba que fazem parte do ProPalma. O líder do projeto, Alexandre Alonso, explica que o objetivo do evento foi permitir o encontro de pesquisadores que trabalham em diferentes regiões do País para fortalecer a rede de pesquisa. Alonso conta que “já se avançou na produção de mudas e resultados significativos estão sendo obtidos em temas envolvendo a macaúba, tais como adubação, colheita e características do óleo – potencial matéria-prima para a produção de biodiesel”.

Primeiros resultados
Um dos cientistas envolvidos na pesquisa é o professor Sérgio Motoike, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A instituição abriga um dos bancos ativos de germoplasma que começaram a ser constituídos em 2009 para o estudo da planta; o outro fica na Embrapa Cerrados, em Planaltina/DF. Motoike conta que as pesquisas já apontaram, por exemplo, que os frutos podem ser colhidos ainda verdes para completarem a maturação fora do pé, como se faz com a banana.

O engenheiro agrônomo Leonardo Pimentel , estudante da UFV, integrante do projeto, diz que o conhecimento sobre adubação também evolui. “A macaúba é uma planta exigente quanto à fertilização”, afirma. Contudo, os estudos mostraram que a adubação necessária é semelhante à de outras palmáceas. Os resultados estão sendo compilados e, em breve, devem gerar recomendações técnicas.

Os pesquisadores surpreenderam-se com o tempo reduzido que a espécie leva para começar a florescer. No terceiro ano após o plantio, já aparecem as primeiras flores. “Acreditávamos que seriam necessários cinco a seis anos”, explica o professor Motoike. Para ele, os estudos agora devem avançar no campo da genética, já que ainda não há variedades comerciais de macaúba.

As análises do óleo da planta mostraram que os níveis de acidez são baixos no momento da colheita do fruto, mas logo começam a aumentar. A pesquisadora Maria Helena Cano de Andrade, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diz que o grupo está buscando formas de armazenar o produto para minimizar esse efeito. A baixa acidez é essencial para utilização do óleo na indústria de alimentos. Segundo Maria Helena, o biodiesel pode ser produzido com teores de acidez maiores, mas os processos utilizados hoje no Brasil também requerem níveis baixos.

Propalma
Além da macaúba, o projeto Propalma também estuda as palmeiras oleíferas babaçu, inajá e tucumã, típicas das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Fazem parte da rede de pesquisa nove unidades da Embrapa (Agroenergia, Agroindústria de Alimentos, Amapá, Amazônia Ocidental, Amazônia Oriental, Cerrados, Meio Norte, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Roraima), e as Universidades de Brasília, Estadual de Montes Claros, Federal de Lavras, Federal do Maranhão, Federal de Minas Gerais, Federal do Paraná, Federal do Piauí e Federal de Viçosa.

Vivian Chies e Daniela Garcia Collares
Tags: Macauba