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Alemanha

Para evitar proibição de carros diesel, Merkel oferece dinheiro a cidades


AFP - 06 set 2017 - 10:03

A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu, nesta segunda-feira, oferecer € 1 bilhão para auxiliar as cidades alemãs a combater a poluição do ar causada por carros a diesel, após o escândalo da indústria automotiva ameaçar os políticos, no auge da campanha eleitoral.

Merkel disse que vai dobrar a ajuda financeira às cidades, dos € 500 milhões anunciados antes, a fim de evitar a ameaça de uma proibição total aos veículos a diesel.

A ameaça à saúde pública das emissões de óxido de nitrogênio (NOx) vieram à tona após a maior fabricante de veículos da Alemanha, a Volkswagen, ter admitido em setembro de 2015 que equipou milhões de carros no mundo todo com softwares ilegais para manipular os resultados de testes de emissões de poluentes.

O escândalo se expandiu, com outras fabricantes alemãs sob escrutínio após acusações de conluio.

Com a aproximação das eleições, em 24 de setembro, Merkel e outros políticos têm que andar numa corda bamba, equilibrando a segurança da saúde pública e os milhões de empregos do setor automobilístico, vital para a economia do país.

O escândalo de manipulação das emissões também reduziu drasticamente o valor de venda dos carros a diesel.

As vendas de veículos novos na Alemanha subiram 3,5% em agosto, em comparação com o mesmo mês de 2016, segundo dados do governo federal divulgados nesta segunda-feira. Os registros de carros a diesel, entretanto, caíram quase 14% no mês passado.

A proibição deste tipo de veículos aceleraria muito a tendência – uma questão eleitoral fundamental para milhões de motoristas.

Após um encontro com 30 prefeitos de cidades que ameaçam banir os carros a diesel, Merkel disse que iria desembolsar mais dinheiro para ajudar a desenvolver uma infraestrutura de transporte mais limpa.

“Metade do valor fica por conta dos fabricantes automobilísticos, a outra metade pelo governo federal”, disse Merkel.

A prioridade imediata é “prevenir proibições”, destacou Merkel, ciente de que precisa proteger o setor industrial crucial. Gigantes globais como Volkswagen, Audi, Mereces e BMW rendem bilhões de euros em exportações e empregam entre 800 mil e 900 mil pessoas na Alemanha.

Apesar de Merkel já ter falado várias vezes sobre sua ideia de uma economia de baixo carbono a longo prazo, baseada em tecnologias verdes ambientalmente corretas, ela deixou claro na semana passada que, quando o assunto é diesel, “estamos em 2017”.