Agência ambiental da Alemanha demonstra ceticismo em relação ao diesel verde
A Agência Federal de Meio Ambiente da Alemanha (UBA, na sigla original) não está convencida dos benefícios da substituição do diesel convencional pelo diesel verde. Segundo o semanário alemão Der Spiegel, o órgão ambiental acredita que o biocombustível terá impacto limitado sobre as emissões de carbono da principal economia europeia.
Em maio, a Alemanha liberou a venda de diesel verde puro nos postos de combustíveis do país. O produto é fabricado reagindo óleos e gorduras com hidrogênio, o que resulta em um hidrocarboneto renovável quimicamente indistinguível do diesel de petróleo. Com isso, o biocombustível pode ser usado até puro em motores convencionais.
Nesse ponto, o diesel verde se diferencia do biodiesel convencional.
O uso do diesel verde – especialmente aquele feito a partir de óleos e gorduras residuais (OGRs) – é defendido pelo ministro dos Transportes, Volker Wissing, como uma solução imediata para a transição energética do setor de transportes.
Polêmica
A UBA questiona a integridade das cadeias de matérias-primas usadas na produção do diesel verde. A maior parte dos OGRs usados para fabricar o novo combustível vem de fora da Alemanha e já foram levantadas suspeitas de que fornecedores estariam vendendo óleos vegetais virgens – especialmente de palma – como se fosse óleo de cozinha usado.
Em meados do ano passado, o governo da própria Alemanha solicitou que a Comissão Europeia investigasse as exportações de OGR vindas da China sob esse mesmo motivo.
Mais recentemente, a União Europeia (UE) passou a cobrar tarifas sobre as exportações de biodiesel originadas da China. A alegação, contudo, é de prática de dumping.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com