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Negócio

Opep perde fatia no mercado de petróleo; Brasil, Canadá e Brasil avançam fora do grupo


CNN Brasil - 05 mar 2024 - 08:55

O maior cartel do mundo parece não ser mais o mesmo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou no domingo (3) a continuidade da medida para tentar elevar o preço da commodity: reduzir a oferta.

A produção desses países seguirá reduzida em 2,2 milhões de barris diários por mais três meses — até junho. Apesar do anúncio feito no domingo, o preço do petróleo caiu. Os contratos do tipo Brent caíram 0,9% e os do tipo WTI perderam 1,5% no dia seguinte, segunda-feira (4)

O grande pano de fundo dessa segunda-feira é a gradual perda de força da Opep. Na última década, a produção de países de fora do grupo cresceu rapidamente em duas frentes.

Nos Estados Unidos e Canadá, a produção de petróleo a partir do xisto betuminoso cresceu a passos largos e os dois países dependem cada vez menos da energia importada.

Outra frente de aumento da produção está no Brasil, Guiana e Noruega, países que exploram cada vez mais as águas profundas para a produção de petróleo.

Esse movimento faz com que aos países fora da Opep já respondam por 73% de toda a produção de petróleo, conforme dados de 2023. Já o cartel teve 27% da produção. Dez anos antes, a proporção era de 66% fora do grupo e 34% na Opep.

Basicamente, em uma década a produção em barris do grupo não Opep cresceu 25%, enquanto o volume produzido pelo grupo reduziu 11%.

É nesse contexto que, em dezembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil poderia fazer parte das discussões da Opep ampliada que conta com países, como a Rússia.

Analistas citam que também há ceticismo com relação ao compromisso dos países do grupo — como Arábia Saudita, Iraque, Kuwait, Venezuela e Rússia — em continuar com os volumes reduzidos de produção e exportação.

Há relatos, inclusive, que alguns desses estariam elevando a produção informalmente, mesmo com a acordo da Opep.

Fernando Nakagawa – CNN Brasil