Investimentos atenderão pico da demanda de petróleo na próxima década, diz Wood Mackenzie
O atual investimento anual global de cerca de US$ 500 bilhões na exploração e produção (E&P) de petróleo e gás seria suficiente para atender ao pico da demanda na década de 2030, afirmou a consultoria Wood Mackenzie em relatório que desmente a crença generalizada de subinvestimento no setor.
O patamar atual de investimentos pode gerar a oferta necessária para atender aos picos de demanda por três motivos principais: “o desenvolvimento de gigantescos recursos de petróleo de baixo custo, a disciplina implacável de capital e uma melhoria transformacional na eficiência do investimento”, de acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira, 20.
É provável que o pico de demanda pré-pandemia seja ultrapassado neste ano, embora o crescimento desacelere progressivamente após 2024 em comparação à atual taxa de mais de 2 milhões de barris diários (bpd) por ano, à medida que a recuperação pós-Covid perde força, disse a empresa de pesquisa e consultoria em energia.
A Wood Mackenzie afirmou esperar que a demanda de petróleo atinja o pico de 108 milhões de bpd no início da década de 2030, antes de iniciar um declínio de longo prazo, com fatores como a eficiência de combustível e os veículos elétricos assumindo o controle eventualmente.
“Ainda será necessário um investimento substancial para compensar um declínio natural em um momento em que os recursos de petróleo remanescentes mais vantajosos estão se esgotando”, afirma.
O setor de petróleo há muito tempo afirma que a redução dos investimentos em petróleo e gás, na ausência de uma redução na demanda, só levará a preços mais altos.
Em maio, o presidente-executivo da Saudi Aramco, maior produtora de petróleo do mundo, Amin Nasser, disse que existe uma “crise energética” devido à falta de investimentos. O secretário-geral do grupo de produtores de petróleo Opep, Haitham Al Ghais, também culpou os formuladores de políticas e os investimentos insuficientes no setor pelo aumento dos preços do petróleo.
Seher Dareen e Swati Verma – Reuter