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Residuo

Casca de Arroz: Energia


BiodieselBR - 02 fev 2006 - 23:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Setor arrozeiro

No Brasil há centenas de usinas de beneficiamento de arroz, 300 delas localizadas no Rio Grande do Sul. O beneficiamento de arroz não ocorre, necessariamente, próximo ao local da produção, uma vez que o transporte do arroz bruto – ou arroz em casca – para seu beneficiamento próximo do mercado consumidor, é economicamente justificável. Assim, o Estado de São Paulo, que não é um grande produtor, tem razoável capacidade de beneficiamento.

As usinas de beneficiamento de arroz são classificadas em três grupos: as exclusivamente produtoras de arroz branco, as exclusivamente produtoras de arroz parbolizado e as unidades produtoras de arroz branco e parabolizado. A maior parte da produção brasileira é de arroz branco, concentrada no Rio Grande do Sul. Santa Catarina, o segundo maior estado produtor, concentra a produção de arroz parabolizado. Segundo o IBGE (2003) os Estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm produção de arroz em casca, acima de 700 mil t/ano.

O arroz vem da lavoura com 25-30% de umidade, índice que varia com as condições de plantio e com a época do ano. A umidade precisa ser reduzida para 12-15% para que o arroz seja beneficiado e, no máximo a 13%, para que seja armazenado. A secagem é feita com queima da casca e os gases de combustão são empregados como meio de aquecimento. Uma usina exclusivamente produtora de arroz branco não tem consumo de vapor de processo. O poder calorífico superior, em base seca, da casca de arroz, é 15,84 GJ/t. O poder calorífico inferior, com umidade de 11%, é de 12,96 GJ/t, muito superior ao bagaço de cana.

Já uma usina produtora de arroz parabolizado tem demanda de vapor na produção industrial, (i) para o encharcamento do arroz, (ii) nas autoclaves, (iii) para a própria parabolização do grão e, em algumas indústrias, (iv) na secagem.

Uma usina de beneficiamento de arroz recebe o arroz colhido, que é transportado com casca para a usina. Segundo dados técnicos, ao longo de um ano, aproximadamente 15% da casca produzida é destinada à secagem do arroz, atividade que ocorre principalmente no período de colheita (janeiro a abril). A secagem se concentra nesses meses, consumindo 60% da casca recolhida. Estima-se que, de toda a casca produzida ao longo de um ano, apenas 50% podem ser utilizados na produção de eletricidade, uma vez que, além dos 15% destinados à secagem, cerca de 35% estão disponíveis em pequenas indústrias, espacialmente dispersas. A casca é um material de densidade muito baixa, sendo o transporte viabilizado apenas para frete de retorno.