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SC: Entre o milho e o girassol


Diário Catarinense - 16 jul 2007 - 06:16 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

O cultivo em larga escala de girassol no Vale do Itajaí depende de uma análise criteriosa do custo-benefício em relação ao milho. A Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil) fez experimentos em oito propriedades, com os resultados ficando dentro das expectativas.

A maior produtividade chegou a 3.048 quilos por hectare e na menor foram colhidos 1.701 quilos por hectare. A média atingiu 2.707, com custo médio direto de implantação de R$ 637 por hectare. Uma das conclusões que os técnicos chegaram é que o girassol deve ser plantado em dezembro, porque a planta precisa de luminosidade, como qualquer outra cultura de Verão. O presidente da Cravil, Harry Dorow, observou que isso pode ser comprovado com o plantio feito por outros agricultores, que não participaram do experimento. A cooperativa tem estocados 6 mil quilos de sementes, que deverão ser usadas no plantio em dezembro.

Clima úmido prejudicou resultado nas lavouras

O primeiro plantio de girassol em Santa Catarina para a produção de biodiesel não empolgou os produtores.

A expectativa inicial não foi confirmada. A intenção era colher 30 sacas por hectare, com um rendimento bruto de R$ 900, mas não ocorreu.

De acordo com o assessor técnico da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), Mario Botega, a média de produtividade por hectare está em 12 a 15 sacas.

- Houve uma quebra de 50%. Um dos motivos foi o excesso de chuva no mês de maio, que prejudicou o desenvolvimento das plantas e propiciou o surgimento de várias doenças. Em virtude disso alguns produtores não cobriram os custos - disse.

É o caso de Simonei Miotto, de Xaxim. Ele plantou oito hectares de girassol, onde esperava faturar R$ 7,2 mil. Descontados o custo de R$ 400 por hectare (R$ 3,2 mil no total), sobrariam R$ 4 mil. Só que a colheita deve atingir 50 sacas no total. O rendimento de R$ 1,5 mil não cobre os custos. Miotto disse que faltou assistência técnica na hora em que apareceram as pragas. Mesmo assim, não desistiu da atividade.

- O girassol é uma boa alternativa. O que precisa melhorar, segundo o agricultor, é a assistência técnica - comentou.

Em todo o Estado, 739 agricultores cultivaram 3 mil hectares em cem municípios através de um projeto da Fetaesc com a Brasil Ecodiesel. Fora do projeto outros 2,2 mil hectares foram plantados. A Brasil Ecodiesel leva a colheita para 12 armazéns alugados em Santa Catarina. Posteriormente esmaga a produção em São Luiz Gonzaga (RS). Cada saca de 60 quilos de girassol rende 24 litros de óleo, que depois é levado para Rosário do Sul (RS) para virar biodiesel.