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"Biocombustíveis não substituirão a produção de alimentos neste País"


MDA - 09 ago 2007 - 16:20 - Última atualização em: 06 mar 2012 - 11:51

A preocupação de todos os países com a criação de um novo padrão energético transformou em referência mundial o modelo do Brasil. Essa foi uma das principais impressões do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, em sua participação em congresso internacional ocorrido na última semana na Etiópia, onde representou o governo brasileiro. “O Brasil descobriu uma forma original de criar um programa que contemplasse o objetivo energético e garantisse a inclusão social e o combate à pobreza rural”, ponderou o ministro.

Cassel reafirmou que a plantação de oleaginosas para a produção de biocombustíveis não vai substituir, em nenhuma hipótese, a produção de alimentos na agricultura familiar. “O biodiesel é, antes de qualquer coisa, uma possibilidade de agregação de renda, uma renda adicional. As oleaginosas são cultivadas em forma de consórcio com as outras culturas. Então, o agricultor não precisa escolher, ele não vai trocar a sua cultura por outra, ele vai agregar uma cultura nova ao que ele sempre plantou”.

O ministro reforçou que os agricultores familiares não deixarão de produzir alimentos para plantar oleaginosas apenas visando os biocombustíveis. “Dizer essas coisas só demonstra desconhecimento sobre o assunto. No caso do biodiesel, isso não vai acontecer em hipótese nenhuma. Essa nova cultura não compete com a produção de alimentos”, enfatizou.

Cassel destacou também a segurança que a produção do biodiesel leva ao campo. “Mais importante do que renda extra, pela primeira vez na história, os agricultores familiares, especialmente os do Semi-árido brasileiro, estão experimentando relações de produção que lhes dão segurança. É um setor social que nunca experimentou produzir com garantia de compra e garantia de preço. Isso lhes dá estabilidade e uma nova condição para continuar produzindo”.

Selo Combustível Social

Essa é uma realidade bastante recente em todo o mundo. No Brasil, a experiência começou em 2005 com muitas dificuldades e enfrentando a desconfiança da população rural. Foi necessário fazer zoneamentos ecológicos, organizar o sistema produtivo e produzir as primeiras sementes de oleaginosas, inexistentes naquela época no mercado. Os resultados até agora são positivos. “Fazer a primeira vez é sempre muito difícil, mas daqui para frente nós já temos a estrutura e o conhecimento do tema”, disse Cassel.

Tags: Alimento