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Biodiesel

Petrobras investirá até US$ 30 mi em usina de biodiesel no Ceará


Diário do Nordeste - 21 abr 2006 - 09:56 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Até o fim do próximo ano, o Ceará terá mais uma usina de biodiesel em funcionamento, desta vez em Quixadá, município distante 158 km da Capital. Ontem, o gerente executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobras, Mozart Schmitt de Queiroz, esteve em Fortaleza para conhecer projetos na área e discutir detalhes do projeto, no qual serão investidos entre US$ 10 milhões e US$ 30 milhões.

Com capacidade para produzir cerca de 45 mil toneladas por ano, a usina visa suprir a demanda do Estado, principalmente a partir de 2008, quando será determinado legalmente o uso de 2% do combustível na mistura com o diesel derivado do petróleo em todo o País. “Além disso, no nosso entender, a decisão de implementar essa usina é uma forma de reativar cadeias produtivas nas quais o Ceará já teve papel de destaque, como a mamona e o algodão”, conta Queiroz.

A Prefeitura de Quixadá já cedeu o terreno onde o empreendimento será construído, mas a Petrobras ainda depende de um levantamento técnico das condições locais para definir o formato da usina e, a partir disso, estipular o valor exato que será investido. “Precisamos analisar tudo, até para decidir se a planta receberá grãos para moer ou se é melhor adquirir o óleo na região”, explica.

Ainda em fase de preparação de dados, a estatal também aguarda a liberação da licença ambiental pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace). Ontem, Queiroz também se reuniu com representantes do órgão para discutir essa questão. O contrato deve ser assinado em maio próximo.

A obra está prevista para ser concluída no fim do ano que vem para entrar em operação já em janeiro de 2008. Assim que for determinado o montante a ser investido, a Petrobras decidirá também a forma como será feita a licitação, mas a estimativa é de que o processo se inicie em julho.

Para Valdenor Feitosa, gerente do Projeto Mamona, do governo do Estado, a usina assegura sustentabilidade ao negócio agrícola. “É a garantia que o pequeno produtor precisava. Até agora, há o medo de produzir muito e não ter mercado. Acaba acontecendo uma retração e o preço baixa”, avalia. Ele lembra ainda que investir no biodiesel é rentável, uma vez que os países desenvolvidos têm demonstrado a cada dia mais interesse por fontes de energias não poluentes.

Feitosa acredita que com a usina, não apenas o Ceará será auto-suficiente como também abastecerá vários estados, sobretudo na região Nordeste. Atualmente, o consumo cearense gira em torno de 600 toneladas de biodiesel por ano. O Programa Biodiesel do Ceará conta com cinco usinas, mas apenas uma delas já está em funcionamento, a de Quixeramobim.