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Biodiesel

Brasil Ecodiesel quer reduzir uso de soja para 75pct em 2007


Reuters - 13 abr 2007 - 08:20 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

A Brasil Ecodiesel, maior produtora de biodiesel do país, quer utilizar até 25 por cento de mamona e sementes de girassol em seu processo produtivo até o final do ano, reduzindo para 75 por cento o uso de soja na produção do biocombustível, com o objetivo de ampliar suas margens, segundo o presidente da empresa.

"No final do ano será de 80 a 75 por cento o uso de soja", disse nesta quinta-feira o presidente e conselheiro independente da Brasil Ecodiesel, Nelson José Côrtes da Silveira, observando que hoje a empresa utiliza 85 por cento desse grão.

Dessa forma, até dezembro de 2007 a empresa ampliaria o consumo de mamona e de semente girassol para 300 mil toneladas.

Essa produção deverá ser proveniente de cerca de 100 mil agricultores familiares que trabalham em parceira com a empresa.

Esse consórcio com agricultores dá o Selo Social à companhia, o que permite à Brasil Ecodiesel participar dos leilões da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis).

A companhia, com sete unidades espalhadas pelo Brasil, já tem quase 500 milhões de litros comprometidos em vendas feitas nos leilões.

Em 2008, de 30 a 40 por cento da matéria-prima do grupo será proveniente de agricultores familiares, o que representará 250 mil toneladas de óleo.

Utilizando mais os produtos comprados dos agricultores familiares parceiros, empresa fica menos sujeita às flutuações de preços da soja, um produto balizado pelo mercado internacional.

No primeiro trimestre, a produção da Brasil Ecodiesel atingiu 80 milhões de litros, contra 38 milhões em todo o ano passado.

Ao ser questionado, Silveira rebateu o argumento de que a produção de biodiesel a partir de mamona é custosa.

"Não podemos confundir preço com custo. Os custos (do óleo de mamona) são altos por uma cadeia de atravessadores", disse ele, referindo-se ao óleo de mamona, utilizado em alguns setores industriais (segmento de lubrificantes, por exemplo).

"Fazer biodisel de mamona é mais barato do que de soja... A Brasil Ecodiesel é uma empresa de biodiesel, não de óleo... Se estou estruturando a cadeia da mamona isso entra a preço de custo."

ANTECIPAÇÃO DA MISTURA

A partir de 2008, a legislação brasileira determina que 2 por cento de biodiesel terá de ser misturado ao diesel.

Segundo o diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério das Minas e Energia, Ricardo Dornelles, as fábricas em operação e em construção permitirão facilmente que o Brasil atenda a demanda determinada no ano que vem.

Ele disse que 22 usinas de biodiesel já estão autorizadas, 26 estão em processo de autorização para operar, e outras 10 já estão em construção.

Com essa capacidade instalada, o governo poderá antecipar a obrigatoriedade de mistura de 5 por cento, prevista para 2013, para 2010.

Segundo o ministério, o país terá antes de 2010 uma capacidade fabril de 3 bilhões de litros por ano, superior ao volume demandado para a mistura de 5 por cento (2,5 bilhões de litros).

"Estamos trabalhando com a possibilidade de antecipar para 2010, estamos com um número enorme de unidades em construção já trabalha com a possibilidade de antecipar", disse Dornelles, acrescentando que a mistura de 5 por cento exigiria um volume menor (de 2,5 bilhões de litros) do que a capacidade instalada das usinas em funcionamento ou em construção.

Ele disse ainda que a Anfavea, entidade que representa o setor automotivo, tem realizado testes em carros com B5, e que os resultados preliminares são muito promissores.

Por Roberto Samora