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Análise da Semana: 18.jan.08


BiodieselBR - 18 jan 2008 - 17:27 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Análise Semanal 18.jan.08


Usineiros de biodiesel da Europa e dos Estados Unidos estão encontrando problemas para continuar sua produção de biodiesel. A capacidade industrial cresceu enormemente nos últimos dois anos, assim como o preço das matérias-primas, o que fez com que as usinas reduzissem a quantidade de biodiesel produzido.

A Alemanha, maior produtora de biodiesel do mundo, tinha um programa de isenção tributária, e segundo o estabelecido no programa haveria um aumento gradual nos impostos sobre o biodiesel. Em 2008 o valor passou a ser de 15 centavos de euro por litro. O problema é que há época da instalação do programa não se imaginava que o preço da matéria-prima fosse atingir níveis tão altos. Agora a produção está restrita ao consumo obrigatório.

Os EUA também estão tendo problemas com o preço de venda do biocombustível. Apesar de terem incentivo governamental eles não possuem consumo obrigatório e algumas empresas começam a rever seus planos nesse mercado.

Está claro que o problema de todos está no preço da matéria-prima. Hoje esses países não têm muita alternativa que não o óleo de colza, de palma ou de soja. Todos esses óleos com preços altos não deixam margem aos usineiros.

Esse problema também começa a ser sentido no Brasil. A produção de biodiesel brasileira também está restrita as mesmas matérias-primas caras utilizadas no resto do mundo. Contudo o futuro do biodiesel no Brasil pode ser melhor que na Europa e EUA.

A razão desse favoritismo é o clima e quantidade de terras disponíveis. Além de terras não utilizadas para plantio, existem milhões de hectares que são subutilizados com plantios apenas no verão. Essas terras podem receber o plantio de culturas propícias para a plantação de biodiesel, aumentando consideravelmente a quantidade de oleaginosas disponíveis para a transformação em biodiesel.

Para que essas terras sejam utilizadas é necessário empenho das usinas de biodiesel. Elas precisam convencer os produtores a plantar determinada oleaginosa em um período em que eles não estão acostumados. Esse trabalho não é fácil e só ganha força após algumas safras. Por isso quanto antes esse trabalho for iniciado, antes o problema da matéria-prima será resolvido.

A safra de verão 2007/08 já está plantada e em algumas regiões já se iniciou a colheita. Faltam menos de seis meses, respeitando as condições de clima de cada região, para reaproveitar as terras com culturas de safrinha e de inverno com inúmeras opções de oleaginosas: colza, canola, linhaça, nabo forrageiro, crambe e girassol.

Para conseguir isso e não sofrer os mesmos abalos do mercado europeu e americano, os empresários do biodiesel não podem perder tempo. Biodiesel é um combustível que se planta. De nada adianta sonharmos em produzir grandes quantidades de biodiesel se não começarmos pelo campo.


Pinhão-manso autorizado, mas sem linha de crédito
Desde que o portal www.biodieselbr.com anunciou em primeira mão que a venda de sementes e o plantio de pinhão-manso era proibido no Brasil, quase cinco meses se passaram até o Ministério da Agricultura reconhecer a planta e registrar no RNC – Registro Nacional de Cultivares.

Um longo caminho ainda tem pela frente. O reconhecimento da planta não significa que a partir de agora o produtor poderá ir aos bancos oficiais e buscar financiamentos para o plantio. A planta não tem zoneamento agrícola, que é uma das exigências dos bancos para financiamento. Se não houver algum empenho do governo, o zoneamento poderá levar alguns anos para acontecer.

A Instrução Normativa do MAPA instituiu o Termo de Compromisso e Responsabilidade que será assinado pelo vendedor de sementes ou outros materiais de reprodução e o comprador. Este termo deixa claro que qualquer problema que venha ocorrer com o material deverá ser resolvido entre ambos, isentando o Ministério da Agricultura de qualquer responsabilidade ou ônus. Enquanto for dessa forma, dificilmente o Banco do Brasil terá linhas de crédito para o pinhão-manso.


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