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Aprobio: Comercialização do biodiesel necessita de evolução


Edição de Abr / Mai 2012 - 19 abr 2012 - 14:58 - Última atualização em: 24 abr 2012 - 16:37

Desde que o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) foi lançado, houve muitas evoluções significativas, e a aquisição desta experiência foi muito importante para a ampliação de mercado. A Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) continua trabalhando forte para que o país e o setor produtivo possam ter ainda em 2012 um novo marco regulatório, o qual deverá nortear o futuro do setor no Brasil pelos próximos anos.

Os produtores de biodiesel estão sofrendo bastante com a forma de comercialização desse biocombustível. Até agora, já tivemos vários modelos. No início, antes mesmo da obrigatoriedade, o primeiro leilão foi feito através do sistema de compras do Banco do Brasil. Em seguida, quando estávamos próximos da obrigatoriedade, utilizou-se o Sistema ComprasNet, e depois disso o leilão presencial. Da forma presencial, evoluiu-se para o sistema atual, uma evolução normal e necessária, através do site ComprasNet, ferramenta que com a utilização da internet deu mais transparência à comercialização do biodiesel.

Entretanto, o site do ComprasNet não foi desenvolvido com as especificidades necessárias para a comercialização de biodiesel. No Brasil, temos primeiro um leilão e depois um releilão, ou seja, os produtores vendem e, num segundo processo, acontece a aquisição pelas distribuidoras, o releilão.

A nossa proposta é que haja uma ferramenta exclusiva, com as particularidades necessárias para a comercialização do biodiesel, visto que este biocombustível tem uma participação significativa na matriz energética brasileira. Em 2011, o volume negociado superou a monta de R$ 5,8 bilhões. E quando olhamos para a frente, nossa expectativa é que o novo marco regulatório possa trazer aumento nos percentuais de adição de biodiesel ao longo dos próximos anos. Por isso, verificamos que é mais do que necessário termos uma ferramenta específica para essa comercialização. Acreditamos que esse sistema deveria administrar a participação das companhias nos leilões, controlando para que não aconteça o que é possível hoje, de uma única empresa produtora estar presente em todos os lotes de todas as regiões brasileiras, o que pode causar artificialmente a redução do preço do biodiesel e a destruição de valor do nosso produto e das nossas empresas, podendo gerar dificuldades de abastecimento.

Almejamos que essa ferramenta possa dar condições para os produtores ofertarem o biodiesel de modo que o comprador possa fazer a aquisição não somente apreciando os preços, mas também levando em consideração outros pontos importantes, como a valorização do aspecto logístico, a qualidade e a pontualidade na entrega.

Acreditamos também que seja importante a manutenção da Petrobras como agente regulador de distribuição, como já está acontecendo, porém com a definição uma remuneração fixada para exercer tal função, justa e necessária. Percebemos que, repetidamente, vem ocorrendo um ágio significativo no preço do biodiesel revendido às distribuidoras. Confiamos que se houver essas alterações o biodiesel terá um custo menor para o consumidor, que é o objetivo de todos.

Erasmo Carlos Battistella é presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio); diretor-presidente da BSBios e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola)