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Comanche Clean Energy: Matérias-primas; Produção e vendas


BiodieselBR - 06 nov 2007 - 13:20 - Última atualização em: 23 jan 2012 - 11:26

Como a empresa já detém o Selo Combustível Social, se beneficia de uma redução na cobrança do PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Em um mercado competitivo como o de combustíveis, onde a regra é ter uma margem apertada, o incentivo fiscal fornecido pelo governo pode ser a diferença entre lucro e prejuízo. Torna-se também uma importante vantagem competitiva, principalmente enquanto a demanda estiver concentrada nas mãos da Petrobras, única compradora do biodiesel no país. Por fim, vale notar que a outra grande indústria de biodiesel localizada no Estado, a Brasil Ecodiesel, de Iraquara, também tem o Selo Combustível Social. O mesmo caminho deve ser trilhado pela unidade da Petrobras na Bahia, inaugurada em julho no município vizinho de Candeias.

Ainda no que se refere à matéria- prima, a empresa lançou em maio uma campanha de doação de óleo nos municípios da grande Salvador. Segundo a empresa, o projeto pode ser expandido para outras cidades. O uso de óleos e gorduras residuais pode reduzir o custo de produção do biodiesel, uma vez que os custos concentram- se na logística de coleta, purificação e armazenagem.

Produção e vendas


A Comanche já vendeu 30 milhões de litros de biodiesel, total dividido em seis lotes, no sexto, sétimo e oitavo leilões realizados pela ANP. Os preços obtidos pela empresa variaram de R$ 1.818,00 por metro cúbico (no sexto leilão) a R$ 2.759 por metro cúbico no oitavo leilão, realizado em abril deste ano. As vendas nos leilões devem garantir para a empresa um faturamento de aproximadamente R$65 milhões.

Por enquanto, a empresa está vendendo apenas para a Petrobras, mas clientes em outros segmentos e especialmente as exportações estão entre os objetivos da Comanche. Quando chegou ao Brasil, em 2007, a empresa tinha planos ambiciosos. Investiu R$ 258 milhões para comprar duas usinas de etanol no Estado de São Paulo e a unidade produtora de biodiesel na Bahia. Na época da negociação, a IBR já tinha mais de uma década de experiência no setor petroquímico. Fabricava principalmente resina de poliéster. Com o foco redefinido para a produção de biocombustíveis, a empresa desenvolveu um plano de investimento que procurou aumentar a capacidade do parque instalado e se reposicionar estrategicamente para ser mais competitiva.

O ritmo das mudanças foi rápido e em menos de um ano foi implementado o vigoroso plano de aumento da capacidade industrial, ao mesmo tempo em que avançava- se na expansão da capacidade de produção agrícola no interior do Estado. Com isso, a companhia deixou as fileiras das empresas de médio porte e se colocou no mesmo patamar das maiores do país, estabelecendo-se entre as vinte maiores, em produção.

A verticalização na cadeia, com o início de acordos com cooperativas e investimentos na produção própria de oleaginosas, também foi uma mudança radical no perfil da empresa. Até então, a IBR mantinha relacionamento concentrado na cadeia de suprimentos da indústria petroquímica. A velocidade das mudanças se fez sentir no volume de produção da empresa. A IBR tinha produzido, segundo dados da ANP, menos de 30 mil litros de biodiesel no último trimestre de 2006, antes da entrada da Comanche. Em outubro de 2007, apenas um mês após o aporte dos norteamericanos, a empresa produziu 1,2 milhão de litros. Ao final de 2007, somava 5,4 milhões de litros.

Em 2008, até maio (último dado disponibilizado pela ANP), a empresa produziu 6,1 milhões de litros. Esse volume deve ser consideravelmente maior, considerando- se a produção do segundo trimestre do ano e tendo em vista os compromissos da empresa com a Petrobras.

Além das unidades que já produzem, a Comanche investirá mais no Maranhão para ampliar sua capacidade de produção de bioenergia. O objetivo é tornar-se uma das principais empresas do setor de biocombustíveis no Brasil.