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Armazenamento: Lacuna científica


BiodieselBR - 06 nov 2007 - 12:38 - Última atualização em: 23 jan 2012 - 11:17

Que o biodiesel degrada com o tempo e quais os principais fatores que levam a isso, os pesquisadores já sabem. Faltam informações de ordem quantitativa adequadas à realidade brasileira. O que eles querem agora é definir o “tempo de vida de prateleira” do biodiesel, blendas e misturas produzidas no Brasil, em parceria com o setor produtivo e de distribuição, e com isso estabelecer metodologias de aditivação, práticas recomendadas de estocagem, prazos-limite de armazenamento e aprimoramento da logística de distribuição, levando em consideração as diferentes realidades das cinco macrorregiões brasileiras.

Uma rede de estudos liderada pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT) foi formada para buscar essas respostas. A rede “Estudos sobre Armazenamento, Degradação e Problemas Pós-Produção” tem apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) - instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia -, que está financiando boa parte dos investimentos para as pesquisas, notadamente em termos de infraestrutura. O INT está em busca de empresas parceiras interessadas no co-patrocínio de subprojetos de interesse para o setor.

“Temos gargalos do ponto de vista do conhecimento científico. O Brasil tem uma biodiversidade muito grande e por isso muitas fontes de matéria-prima para produção de biodiesel. Há uma carência de dados em relação aos biodieseis nacionais”, diz o pesquisador do INT e coordenador da rede, Eduardo Cavalcanti, admitindo que 90% dos dados científicos e tecnológicos usados aqui são baseados em pesquisas européias e americanas.

Para Cavalcanti, essa lacuna científica se deve ao fato de o mercado de biodiesel no Brasil ser novo e inovador. Um exemplo, lembra, é a experiência desenvolvida no Sul, de produzir uma mistura de soja e sebo. “O Brasil está inovando, mas tem carência de dados sobre o comportamento de biodieseis e blendas para as condições brasileiras”, aponta. As pesquisas já em andamento, informa Cavalcanti, contemplam testes de estabilidade térmica e oxidativa em laboratório, estudos de compatibilidade do biodiesel e de suas misturas com materiais, revestimentos e produtos variados, incluindo tanques de armazenamento, componentes metálicos e poliméricos de motores e sistemas de injeção.