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Bunge registrou prejuízo maior no 4º trimestre de 2018


Valor Econômico - 22 fev 2019 - 11:21

A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, registrou prejuízo líquido de US$ 65 milhões no quarto trimestre de 2018, 8,3% maior que no mesmo período de 2017. Apesar do resultado do último trimestre, a multinacional fechou o ano com lucro de US$ 267 milhões, 66,9% superior ao apurado no exercício anterior.

A receita líquida dos três últimos meses de 2018 foi de US$ 11,5 bilhões, levemente abaixo da registrada nono quarto trimestre de 2017 (US$ 11,6 bilhões). Com isso, a receita líquida da Bunge alcançou US$ 45,7 bilhões no ano passado, mesmo patamar de 2017.

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“Embora 2018 tenha sido substancialmente melhor que 2017, não estamos satisfeitos com esses resultados e sabemos que a Bunge tem ativos e pessoas para gerar um melhor desempenho no futuro. Nos últimos meses, a empresa tomou várias medidas significativas e positivas para se reposicionar rumo a um crescimento sustentável, incluindo o anúncio de uma transição de liderança e o aprimoramento de sua equipe, renovando nossa diretoria e estabelecendo um comitê de revisão estratégica”, afirmou, em nota, a presidente do conselho de administração da Bunge, Kathleen Hyle.

As vendas líquidas do segmento de agronegócio da companhia somaram US$ 8,1 bilhões de outubro a dezembro de 2018, avanço de 2,7% ante o mesmo período de 2017. Em todo o ano passado, o segmento agrícola gerou vendas de US$ 32,2 bilhões, alta de 1,5%.

O lucro antes dos juros e tributos (Ebit, na sigla em inglês) da Bunge ficou em US$ 70 milhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 27,3%, e em US$ 737 milhões em 2018 como um todo, um crescimento de 69%.

No último trimestre do ano passado, o agronegócio gerou Ebit de US$ 33 milhões, alta de 26,9%, e em todo o ano o Ebit acumulado do segmento ficou em US$ 645 milhões, montante 2,5 vezes maior que o de 2017.

Brasil

Em nota, a Bunge apontou que o segmento de agronegócio foi negativamente impactado pela redução no valor da soja brasileira no último trimestre do ano passado, já que fatores relacionados ao comércio e à demanda da China fizeram com que os preços convergissem para os preços das novas safras dos Estados Unidos.

Segundo a Bunge, a perda associada a essa queda foi de cerca de US$ 125 milhões e impactou os resultados no comércio e distribuição de sementes oleaginosas e na originação de grãos.

Segundo a companhia, o segmento do agronegócio gerou prejuízo líquido de US$ 58 milhões em 2018, acima da perda de US$ 61 milhões de 2017.

Em nota, a Bunge apontou que na área de oleaginosas as margens estruturais de esmagamento de soja foram maiores no quarto trimestre nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil e na Ásia, devido às condições de mercado mais favoráveis.

Os volumes totais de esmagamento de soja foram semelhantes aos de 2017. Os resultados no processamento de sementes de “softs commodities” foram maiores, uma vez que as margens estruturais maiores na Europa mais do que compensaram as margens mais baixas no Canadá.

Nos grãos, os resultados da originação caíram devido a margens e volumes estruturais mais baixos, que foram impactados pela queda na demanda de soja da China. Os resultados no comércio e distribuição de grãos foram semelhantes aos de 2017.

Kauanna Navarro – Valor Econômico