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O biodiesel da Bunge


Dinheiro Rural - 02 mai 2013 - 15:26 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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Se tudo der certo, até 2020 o Brasil estará produzindo 14 bilhões de litros de biodiesel para serem adicionados ao diesel de petróleo, na proporção de 20%. Hoje, com pouco mais de 50 usinas em atividade e mistura de 5%, a produção do País está em 2,7 bilhões de litros. No mês passado, após um investimento de R$ 60 milhões, a Bunge Brasil entrou na corrida rumo a 2020.

Em Nova Mutum, Mato Grosso, foi inaugurada a sua primeira usina a partir do processamento da soja. “A Bunge já produz biodiesel em unidades próprias na Argentina e nos Estados Unidos, e na Europa, através de parcerias”, diz Pedro Parente, CEO da Bunge Brasil. “Agora, chegou a vez do mercado nacional.” A multinacional americana, que fatura R$ 30 bilhões por ano no País, atua na compra e no processamento de grãos, produção de alimentos, cana-de-açúcar, bioenergia e logística. Apenas em Mato Grosso, Estado onde há a maior empresa de agronegócio, existem 28 unidades entre silos, centros de distribuição e fábricas.

A nova usina está localizada em um dos municípios que mais produzem soja no País. Na safra 2012/2013, os agricultores de Nova Mutum plantaram 385 mil hectares, atrás apenas do município de Sorriso, com 633 mil hectares. Apesar de a região ser identificada como área de grandes projetos agrícolas, a intenção da Bunge é intensificar a parceria com a agricultura familiar. Atualmente, a empresa já compra cerca de 150 mil toneladas de oleaginosas de dez mil produtores familiares, por intermédio de 15 cooperativas das regiões Sul e Centro-Oeste. “A agricultura familiar é um grande negócio”, diz João Eduardo Almeida, diretor de projetos especiais de agronegócio e logística da Bunge Brasil.

A unidade de Nova Mutum pode processar até 150 milhões de litros de biodiesel por safra. Na primeira etapa, que compreende até o final de 2013, a produção será de 80 milhões de litros. “Mas o projeto é ir em frente”, diz Almeida. Segundo o executivo, a Bunge já planeja a expansão da nova fábrica. “Aguardamos apenas a definição de questões de mercado, como o novo Marco Regulatório do Biodiesel.” Presente à inauguração, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, prometeu para os próximos meses o aumento da mistura de 5% para 7% de biodiesel no diesel de petróleo. No início de março, durante uma viagem ao Rio Grande do Sul, ele já havia tocado no assunto. “Nós sempre seremos a favor de mais biodiesel no diesel”, disse o ministro.

Vera Ondei – Dinheiro Rural