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BiodieselBR

A voz dos distribuidores: expectativa em relação ao marco regulatório


BiodieselBR.com - 13 set 2012 - 17:53
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Quando se pensa em fazer o setor de biodiesel crescer, não é difícil ver os fabricantes de biodiesel e o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) sentarem em lados opostos nas mesas de discussão. Enquanto os dois podem até desejar o aumento da mistura, a visão de como este mercado deve se desenvolver não é a mesma.

O Sindicom atua defendendo os interesses das empresas do ramo de distribuição de combustíveis. Dessa maneira, quando os associados começaram a reclamar de problemas com a mistura entre biodiesel e diesel mineral, Alísio Vaz foi uma das vozes mais importantes na defesa de que a cadeia teria que melhorar suas práticas de controle de qualidade antes de falar em novos aumentos na mistura obrigatória – argumento que, evidentemente, não é muito popular entre as usinas.

Nesse sentido, Vaz ressalta o papel da Conferência BiodieselBR como um ponto de encontro dos mais importantes do biodiesel no Brasil ao reunir os profissionais mais relevantes desse segmento. “O evento tem conseguido reunir agentes do governo, produtores, distribuidores para promover uma discussão ampla”, comenta.

Qualidade e o novo marco regulatório
O executivo salienta que houve avanços positivos na qualidade do setor, especialmente desde que a ANP aprovou as novas especificações para o biodiesel produzido no país. Isso talvez possa abrir espaço para a aprovação do tão antecipado novo marco regulatório do setor, tema que Vaz espera que vá dominar os debates durante a edição 2012 da Conferência BiodieselBR. “Acho que a grande expectativa é sobre o novo marco regulatório. O governo deu sinalizações sobre ele e as expectativas devem ser reforçadas durante a conferência, as questões de prazos e metas são as grandes incógnitas”, avalia.

Ele ressalta que ter uma definição sobre o tema é tão importante para os distribuidores quanto é para os próprios fabricantes. “Quando você fala em aumentar de B5 para B7 isso representa um aumento de 40% no uso de biodiesel. Isso impacta nas distribuidoras porque demanda investimentos em infraestrutura de armazenamento e de transportes. São investimentos que precisam entre seis meses a um ano”, aponta.

Há ainda a chegada do S10 – diesel menos poluente que conta com apenas 10 ppm de enxofre – e que começa a chegar aos postos brasileiros no começo do ano de 2013. “Esse diesel é mais sensível à contaminação bacteriológica o que é um incógnita em si mesma. Esse é um fator novo que não deveria ser sobreposto a outras complicações”, diz.

O palestrante também ressalta que a atividade de distribuição de combustíveis é uma das que mais sofre com as dificuldades na infraestrutura de transportes do país. “Toda a nossa logística é muito dependente dela e nós temos um quase esgotamento na infraestrutura de transportes. O governo está correndo atrás disso, mas uma ampliação na demanda do biodiesel colocaria mais estresse sobre o sistema”, opina.

Apesar dessas ressalvas, Vaz é enfático ao afirmar que as distribuidoras não têm nada contra o biodiesel em si. “Quero deixar claro que não temos nada contra o biodiesel, mas precisamos ter metas e prazos para que os aumentos ocorram”, completa.

Em sua palestra na Conferência BiodieselBR, Alísio Vaz pretende mostrar a importância do planejamento e da segurança no programa de biodiesel, para que este possa crescer com sucesso.

Conferência BiodieselBR
Data: 1 e 2 de outubro de 2012
Local: São Paulo - SP
Inscrições: www.conferencia.biodieselbr.com
Telefone: 41 3013 1703

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com
Tags: C2012